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Capítulo 44: A vendetta

Página 426
Por fim lá o conseguimos e subimos até Arles. Deixei a barca entre Bellegarde e Beaucaire e tomei o caminho de Nímes.

- Chegámos, não é verdade?

- Sim, senhor. Desculpe, mas como V. Ex.a verá, só lhe digo as coisas absolutamente necessárias. Ora, estava-se na altura dos famosos massacres do Meio-Dia. Andavam por lá dois ou três bandidos chamados Trestaillon, Truphemy e Graffan, que degolavam nas ruas todos aqueles que suspeitavam ser bonapartistas. O Sr. Conde ouviu decerto falar desses assassínios?

- Vagamente. Estava muito longe da França nessa época. Continue.

- Quem entrava em Nímes caminhava literalmente sobre sangue. A cada passo se encontravam cadáveres. Os assassinos, organizados em quadrilhas, matavam, saqueavam e queimavam.

«Arrepiei-me ao ver aquela carnificina. Não por mim. Eu, simples pescador corso, não tinha grande coisa a temer. Pelo contrário, aqueles tempos eram bons para nós, contrabandistas. Mas temi pelo meu irmão, soldado do Império, de regresso do Exército do Loire, com o seu uniforme e as suas dragonas, e que, por consequência, tinha tudo a recear.

«Corri a casa do nosso estalajadeiro. Os meus pressentimentos não me tinham enganado: o meu irmão chegara na véspera a Nímes e fora assassinado mesmo à porta daquele a quem ia pedir hospitalidade.

«Fiz tudo o que era possível para descobrir os assassinos, mas ninguém se atreveu a dizer-me os seus nomes, de tal forma eram temidos. Lembrei-me então dessa justiça francesa de que tanto me tinham falado, que não teme nada, e fui ter com o procurador régio.

- E esse procurador régio chamava-se Villefort? - perguntou negligentemente Monte-Cristo.

- Chamava, Excelência. Viera de Marselha, onde fora substituto. O seu zelo valera-lhe a promoção. Dizia-se que fora dos primeiros a anunciar ao Governo o desembarque da ilha de Elba.

- Portanto - prosseguiu Monte-Cristo -, apresentou-se no seu gabinete.

«- Senhor - disse-lhe eu -, o meu irmão foi assassinado ontem nas ruas de Nímes, não sei por quem, mas é sua missão sabê-lo. O senhor é aqui chefe da justiça e compete à justiça vingar aqueles que não soube defender.

«- E quem era o seu irmão? - perguntou o procurador régio.

«- O meu irmão era tenente do batalhão corso.

«- Um soldado do usurpador, portanto?

«- Um soldado dos exércitos franceses.

«- Bom - replicou ele -, empunhou a espada, morreu pela espada.

«- Engana-se, senhor, morreu pelo punhal.

«- Que quer que faça? - respondeu o magistrado.

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pág. 426 (Capítulo 44)

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 426

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069