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Capítulo 45: A chuva de sangue

Página 448

«- Quer dizer que estava escondido ali - respondeu, e mostrou o buraco por onde eu saíra.

«Compreendi então que me tomavam pelo assassino. Recuperei a voz e as forças e soltei-me das mãos dos dois homens que me seguravam.

«- Não fui eu! Não fui eu! - gritei

«Dois gendarmes apontaram-me as suas carabinas.

«- Se fazes um movimento, morres - disseram.

«- Repito-lhes que não fui eu! - tornei a gritar.

«- Contarás essa historiazinha aos juízes de Nímes - responderam. - Entretanto, estás nas nossas mãos, e se queres um conselho, não oponhas resistência.

«Essa não era de modo algum a minha intenção, estava abatido pela surpresa e pelo terror. Algemaram-me, amarraram-me à cauda de um cavalo e levaram-me para Nímes.

«Fora seguido por um guarda-fiscal. Perdera-me de vista nas imediações da casa e desconfiara que passaria lá a noite.

Prevenira os camaradas e tinham chegado precisamente atempo de ouvir o tiro de pistola e prender-me no meio de tais provas de culpabilidade que compreendi imediatamente que seria muito difícil fazer reconhecer a minha inocência.

«Por isso agarrei-me apenas a uma coisa: o meu primeiro pedido ao juiz de instrução foi para lhe solicitar que mandasse procurar por toda a parte um tal abade Busoni que naquele dia estivera na Estalagem da Ponte-du-Gard. Se Caderousse inventara uma história e o abade não existisse, era evidente que me encontrava perdido, a não ser que Caderousse também fosse preso e confessasse tudo.

«Passaram dois meses durante os quais, devo dizê-lo em louvor do meu juiz, todas as buscas foram feitas para encontrar aquele que eu reclamava. Já perdera toda a esperança. Caderousse não fora apanhado. Ia ser julgado na primeira audiência, quando, em 8 de Setembro, isto é, três meses e cinco dias depois do sucedido, o abade Busoni pelo qual já não esperava, se apresentou na cadeia dizendo que soubera que um recluso lhe desejava falar. Recebera a notícia em Marselha, disse, e apressara-se a satisfazer o meu desejo.

«Compreende decerto com que alvoroço o recebi. Contei-lhe tudo de que fora testemunha e referi-me, temeroso, à história do diamante. Contra a minha expectativa, era verdadeira de ponta a ponta, e também contra a minha expectativa, acreditou plenamente em tudo o que lhe disse. Foi então que, levado pela sua doce caridade, reconhecendo nele um profundo conhecimento dos costumes da minha terra e pensando que o perdão do único crime que cometera talvez pudesse sair dos seus lábios tão caridosos, lhe contei, sob segredo de confissão, a aventura de Auteuil em todos os seus pormenores.

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pág. 448 (Capítulo 45)

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 448

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069