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Capítulo 46: O crédito ilimitado

Página 462

- Seja seis milhões! - concordou Danglars, sufocado.

- Se precisar de mais - prosseguiu maquinalmente Monte-Cristo -, pedirei mais, mas não conto ficar mais de um ano em França e durante esse ano creio que não excederei essa verba...

Enfim, veremos... Para começar, agradecia-lhe que me mandasse entregar amanhã quinhentos mil francos. Estarei em casa até ao meio-dia, mas se não estiver, deixarei um recibo ao meu intendente.

- O dinheiro estará em sua casa amanhã às dez horas da manhã, Sr. Conde - respondeu Danglars. - Quere-o em ouro, em notas ou em prata? - Metade em ouro e metade em notas, por favor.

E o conde levantou-se.

- Devo confessar-lhe uma coisa, Sr. Conde - disse Danglars, por seu turno. - Julgava ter noções exactas sobre todas as grandes fortunas da Europa, e no entanto a sua, que me parece considerável, era-me, confesso, absolutamente desconhecida. É recente?

- Não, senhor - respondeu Monte-Cristo. - Pelo contrário, é antiquíssima. Era uma espécie de tesouro de família no qual era proibido tocar e cujos juros acumulados triplicaram o capital. A data fixada pelo testador chegou apenas há alguns anos, e portanto só há alguns anos entrei na posse dessa fortuna. A sua ignorância a tal respeito é pois absolutamente natural. De resto, dentro de algum tempo saberá melhor o que possuo...

E o conde acompanhou estas palavras com um dos sorrisos pálidos que tanto medo metiam a Franz de Epinay

- Com os seus gostos e as suas intenções, senhor - continuou Danglars -, vai decerto exibir na capital um luxo que nos esmagará a todos, pobres pequenos milionários. Entretanto, como me parece apreciador, porque quando entrei observava os meus quadros, peço-lhe licença para lhe mostrar a minha galeria. São todos quadros antigos, todos quadros de mestres garantidos como tal. Não gosto dos modernos.

- Tem razão, senhor, porque têm geralmente um grande defeito: o de não terem tido ainda tempo de envelhecer.

- Também lhe posso mostrar algumas estátuas de Thorwaldsen, de Bartoloni e de Canova, todos artistas estrangeiros. Como vê, não aprecio os artistas franceses.

- Tem o direito de ser injusto com eles, senhor, visto serem seus compatriotas.

- Mas tudo isto fica para mais tarde, para quando nos conhecermos melhor. Por hoje limitar-me-ei, se me permite, a apresentá-lo à Sr.ª Baronesa Danglars. Desculpe a minha insistência, Sr. Conde, mas um cliente como o senhor faz quase parte da família.

Monte-Cristo inclinou-se em sinal de que aceitava a honra que o financeiro lhe desejava conceder.

Danglars tocou. Apareceu um lacaio de libré resplandecente.

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pág. 462 (Capítulo 46)

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 462

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069