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Capítulo 47: A parelha pigarça

Página 466

- Disse-me que quando o meu cocheiro foi para atrelar os meus cavalos à minha carruagem não os encontrou na cavalariça. Que significa isto, diga-me?

- Minha senhora, escute-me... - começou Danglars.

- Oh, escuto-o, senhor, porque tenho curiosidade de saber o que me vai dizer! Farei estes senhores juízes entre nós e começo por lhes dizer o que se passa. Meus senhores - continuou a baronesa -, o Sr. Barão Danglars tem dez cavalos na cavalariça; entre esses dez cavalos há dois que são meus, cavalos encantadores, os mais belos cavalos de Paris. O senhor conhece-os, Debray, os meus pigarços! Pois bem, no momento em que a Sr.ª de Villefort me pede emprestada a carruagem, e lha prometo para ir amanhã ao Bosque, os dois cavalos desaparecem! O Sr. Danglars deve ter arranjado maneira de ganhar alguns milhares de francos com eles e vendeu-os. Oh, meu Deus, que raça maldita, a dos especuladores!

- Minha senhora - respondeu Danglars -, os cavalos eram demasiado fogosos, tinham apenas quatro anos e faziam-me recear horrivelmente por si...

- Sabe perfeitamente - redarguiu a baronesa - que tenho há mais de um mês ao meu serviço o melhor cocheiro de Paris, a não ser que também o tenha vendido com os cavalos.

- Querida amiga, arranjar-lhe-ei outros idênticos, ou mais bonitos ainda, se houver, mas cavalos sossegados, calmos e que me não inspirem semelhante terror.

A baronesa encolheu os ombros com ar de profundo desprezo.

Danglars não pareceu notar o gesto mais do que conjugal e virou-se para Monte-Cristo:

- Na verdade, lamento não o ter conhecido mais cedo, Sr. Conde -declarou. - Está a montar a sua casa?

- Evidentemente - respondeu o conde.

- Ter-lhos-ia oferecido. Imagine que os dei por nada, mas como lhe disse, queria desfazer-me deles. São cavalos para rapazes.

- Agradeço-lhe, senhor - respondeu o conde -, mas comprei uns esta manhã, bastante bons e não demasiado caros. Olhe, veja-os, Sr. Debray; creio que é apreciador...

Enquanto Debray se aproximava da janela, Danglars aproximou-se da mulher.

- Imagine, minha senhora - disse-lhe baixinho -, que me vieram oferecer um preço exorbitante por esses cavalos. Não sei qual é o louco em vias de se arruinar que me mandou esta manhã o seu intendente, mas o caso é que ganhei dezasseis mil francos. Não se zangue comigo e dar-lhe-ei quatro mil e dois mil a Eugénie.

A Sr.ª Danglars deitou ao marido um olhar esmagador.

- Oh, meu Deus! - exclamou Debray

- Que aconteceu? - perguntou a baronesa.

- Mas não estou enganado, são os seus cavalos, os seus próprios cavalos atrelados à carruagem do conde.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 466

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069