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Capítulo 47: A parelha pigarça

Página 467

- Os meus pigarços?! - gritou a Sr.ª Danglars.

Correu para a janela.

- Com efeito, são eles... - murmurou.

Danglars estava estupefacto.

- Será possível? - disse Monte-Cristo, simulando surpresa.

- É incrível! - exclamou o banqueiro.

A baronesa disse qualquer coisa ao ouvido de Debray, que se aproximou de Monte-Cristo.

- A baronesa manda perguntar por quanto lhe vendeu o marido a parelha.

- Não sei muito bem - respondeu o Conde -, foi uma surpresa que o meu intendente me fez e me custou... creio que trinta mil francos.

Debray foi transmitir a resposta à baronesa.

Danglars estava tão pálido e desorientado que o conde simulou ter pena dele.

- Veja como as mulheres são ingratas - disse-lhe. - A atenção que teve para com ela não impressionou nada a baronesa. Ingratas não é o termo, era loucas que deveria dizer. Mas, que quer, gostam sempre do que é nocivo. Por isso o mais sensato, acredite, caro barão, é deixá-las fazer sempre o que lhos venha à cabeça. Se a partirem, pelo menos só se poderão queixar delas próprias!

Danglars não disse nada; previa num próximo futuro uma cena desastrosa. A Sr.ª Baronesa já estava de sobrolho franzido, o que, como no caso de Júpiter Olímpico, pressagiava tempestade. Debray, que a sentia formar-se, pretextou um assunto a tratar e saiu. Monte-Cristo, que não desejava prejudicar a posição que contava conquistar demorando-se mais tempo, cumprimentou a Sr.ª Danglars e retirou-se, entregando o barão à cólera da mulher.

«Bom», pensou Monte-Cristo ao sair, «cheguei aonde queria chegar. Tenho nas mãos a paz do casal e vou conquistar de uma assentada o coração do senhor e o coração da senhora...

«Que sorte! Mas», acrescentou, «no meio de tudo isto não fui apresentado à Menina Eugénie Danglars, que no entanto teria sido muito agradável conhecer. Mesmo assim», prosseguiu, com o sorriso que lhe era característico, «eis-nos em Paris e com tempo à nossa frente... Ficará para mais tarde!...»

Após esta reflexão, o conde meteu-se na carruagem e regressou a casa.

Duas horas mais tarde, a Sr.ª Danglars recebeu uma carta encantadora do conde de Monte-Cristo, na qual este lhe declarava que, não querendo assinalar a sua entrada na sociedade parisiense com o desespero de uma linda mulher, lhe suplicava que aceitasse a restituição dos seus cavalos.

Estes tinham os mesmos arreios que ela lhes vira de manhã; apenas no meio de cada roseta que traziam junto das orelhas o conde mandara colocar um diamante.

Danglars também teve a sua carta.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 467

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069