«- Então é por esse Sr. Morrel - não me atrevi a dizer Maximilien - ter sido nomeado oficial da Legião de Honra?
«Fez sinal que sim. Que lhe parece, Maximilien? Estava satisfeito por o senhor ter sido nomeado oficial da Legião de Honra, apesar de o não conhecer. Talvez seja loucura da sua parte, pois dizem que regressou aos tempos da infância, mas fiquei a amá-lo ainda mais por aquele «sim»
- É estranho - murmurou Maximilien - o seu pai odiar-me, ao passo que, pelo contrário, o seu avô... Coisa estranha esses amores e esses ódios de partido!
- Caluda! - recomendou de súbito Valentine. - Esconda-se, fuja, vem aí gente! Maximilien saltou para uma enxada e desatou a revolver impiedosamente a luzerna.
- Menina! Menina! - gritou uma voz atrás das árvores. - A Sr.ª de Villefort procura-a por toda a parte e chama-a. Está uma visita na sala.
- Uma visita?... - repetiu Valentine muito agitada. - E quem é essa visita?
- Um grande senhor, um príncipe, ao que se diz, o Sr. Conde de Monte-Cristo.
- Já lá vou - respondeu em voz alta Valentine.
Estas palavras fizeram estremecer do outro lado do portão aquele para quem o «já lá vou» de Valentine servia de adeus no fim de cada encontro.
- E esta? - disse Maximilien para consigo, encostando-se muito pensativo à enxada. - Como é que o conde de Monte-Cristo conhece o Sr. de Villefort?