Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 51: Píramo e Tisbe

Página 503

«- Morrel?... - disse o meu pai. - Um momento? - Franziu o sobrolho e acrescentou: - Será um desses Morrels de Marselha, um desses facciosos bonapartistas que nos causaram tanto mal em 1815?

«- Exacto - respondeu Danglars. - Creio até que se trata do filho do antigo armador.”

- Ele disse isso? - estranhou Maximilien. - E que respondeu o seu pai, Valentine?

- Oh, uma coisa horrível e que não ouso dizer-lhe!

- Diga sempre - pediu Maximilien, sorrindo.

«- O seu imperador - continuou de sobrolho franzido - sabia pô-los no seu lugar, a todos esses fanáticos. Chamava-lhes carne para canhão e era o único nome que mereciam. Verifico com prazer que o novo Governo repõe em vigor esse salutar princípio. Ainda que fosse apenas para isso que conservássemos a Argélia, felicitaria o Governo, apesar de nos custar um pouco cara.»

- Trata-se, com efeito, de uma política bastante brutal - disse Maximilien. - Mas não core, querida amiga, pelo que disse o Sr. de Villefort. O meu excelente pai não ficava a dever nada ao seu nesse aspecto e repetia constantemente: “Porque será que o imperador, que tem feito tantas coisas boas, não faz um regimento de juizes e advogados e os manda também para as primeiras linhas?”

- Como vê, querida amiga, não ficam um atrás do outro pelo pitoresco da expressão e pela bondade da ideia. Mas que disse o Sr. Danglars a essa saída do procurador régio?

- Oh, desatou a rir, com aquele riso velhaco que lhe é peculiar e que eu acho feroz! Pouco depois levantaram-se e saíram. Vi então que o meu bom avô estava agitadíssimo. Devo dizer-lhe, Maximilien, que só eu adivinho as agitações – do pobre paralítico, e aliás já desconfiava que a conversa que tinham tido diante dele (porque já ninguém lhe presta atenção, pobre avô!) o deixara muito impressionado, atendendo a que tinham dito mal do seu imperador, de quem, ao que parece, foi fanático.

- É, com efeito - disse Maximilien -, um dos nomes conhecidos do Império. Foi senador e, como sabe, ou não sabe, Valentine, participou, em quase todas as conspirações bonapartistas que se verificaram no tempo da Restauração.

- Sim, tenho ouvido falar às vezes, em voz baixa, a tal respeito. São coisas que me parecem estranhas: o avô, bonapartista: o pai, monárquico... Enfim, que lhe havemos de fazer?... Olhei portanto para ele, que me indicou o jornal com a vista.

«- Então, avozinho, está satisfeito? - perguntei-lhe.

«fez-me sinal que sim com os olhos.

«- Com o que o meu pai acaba de dizer? - perguntei

«Fez sinal que não.

«- com o que o Sr. Danglars disse?

«Fez novamente sinal que não.

<< Página Anterior

pág. 503 (Capítulo 51)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 503

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069