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Capítulo 53: Roberto, o diabo

Página 523

- Pois sim! Imagine que aquele encantador cavalo alazão e aquele bonito joqueizinho de casaca cor-de-rosa me inspiraram à primeira vista tão viva simpatia que eu «puxava» por um e por outro, exactamente como se tivesse apostado neles metade da minha fortuna. Por isso, quando o vi chegar ao fim com um avanço de três comprimentos sobre os outros concorrentes, fiquei tão contente que desatei a bater palmas como uma louca. Imagine a minha surpresa quando, ao regressar a casa, encontrei na escada o joqueizinho cor-de-rosa! Pensei que o vencedor da corrida morasse por acaso no mesmo prédio que eu, quando, mal abri a porta da sala, a primeira coisa que vi foi a taça de ouro que constituía o prémio ganho pelo cavalo e pelo jóquei desconhecidos. Na taça havia iam papelinho com estas palavras escritas: «à condessa G... Lorde Ruthwen.»

- É precisamente isso - disse Morcerf.

- Como? É precisamente isso o quê? Que quer dizer?

- Quero dizer que se trata de Lorde Ruthwen em pessoa.

- Qual Lorde Ruthwen?

- O nosso, o vampiro, o do Teatro Argentina.

- Deveras?! - exclamou a condessa. - Ele está cá?

- Exactamente.

- E o senhor vê-o, recebe-o, vai a casa dele?

- É meu amigo íntimo, e o próprio Sr. de Château-Renaud tem a honra de o conhecer.

- Que o leva a crer que foi ele quem ganhou?

- O seu cavalo inscrito com o nome de Vampa.

- Que tem isso?

- Não se lembra do nome do famoso bandido que me fez prisioneiro?

- Ah, é verdade!

- E das mãos do qual o conde me tirou miraculosamente?

- Sem dúvida.

- Chama-se Vampa. Bem vê que é ele.

- Mas porque me mandou a taça, a mim?

- Primeiro, Sr.ª Condessa, porque lhe falei muito a seu respeito, como pode imaginar; depois, porque terá ficado encantado por encontrar uma compatriota e feliz com o interesse que essa compatriota tomava por ele.

- Espero que nunca lhe tenha contado as loucuras que dissemos a seu respeito!

- Palavra que não juraria tal coisa, e essa maneira de lhe oferecer a taça sob o nome de Lorde Ruthwen...

- Mas isso é horrível e ele vai-me detestar mortalmente!

- O seu procedimento é o de um inimigo?

- Não, confesso...

- Então...

- Está portanto em Paris?

- É verdade.

- E que sensação fez?

- Bom, falou-se dele durante oito dias - respondeu Albert - mas depois da sua chegada deu-se a coroação da rainha de Inglaterra e o roubo dos diamantes de Mademoiselle Mars, e não se falou mais disso.

- Meu caro - interveio Château-Renaud -, bem se vê que o conde é seu amigo e que o trata em conformidade. Não acredite no que lhe diz Albert, Sr.ª Condessa, pois, pelo contrário, só se fala do conde de Monte-Cristo em Paris.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 523

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069