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Capítulo 53: Roberto, o diabo

Página 525

Desta vez, um sinal da Sr.ª Danglars indicou claramente a Albert que a baronesa desejava ter a sua visita no intervalo seguinte. E Morcerf era demasiado delicado para se fazer esperar quando lhe indicavam claramente que o esperavam. Terminado o acto, apressou-se portanto a subir ao camarote de boca.

Cumprimentou as duas senhoras e estendeu a mão a Debray. A baronesa acolheu-o com um sorriso encantador e Eugénie com a sua frieza habitual.

- Meu caro - disse Debray -, dou-lhe a minha palavra de que está perante um homem exausto e que o chama em seu auxílio para o substituir. Esta senhora esmaga-me com perguntas sobre o conde e quer que eu saiba de onde é, donde vem e para onde vai. Ora eu confesso que não sou Cagliostro, e para me tirar de apuros disse: «Pergunte tudo isso a Morcerf, que conhece o seu Monte-Cristo como as suas mãos.» Foi então que ela lhe fez sinal.

- Não é incrível que um homem que tem meio milhão de fundos secretos à sua disposição não esteja melhor informado? - perguntou a baronesa.

- Minha senhora - respondeu Lucien -, peço-lhe que acredite que se tivesse meio milhão ao meu dispor o empregaria em tudo menos em tirar informações do Sr. de Monte-Cristo, que a meus olhos só tem o mérito de ser duas vezes rico como um nababo. Mas passei a palavra ao meu amigo Morcerf. Entenda-se com ele, que isso já me não diz respeito.

- De facto, só um nababo me mandaria uma parelha de cavalos de trinta mil francos e com quatro diamantes nas orelhas de cinco mil francos cada um.

- Oh, os diamantes! - exclamou, rindo, Morcerf. - São a sua mania. Creio que, como Potemkin, os traz sempre nas algibeira se que os semeia no seu caminho como o Polegarzinho fazia com os seus seixos.

- Talvez tenha descoberto alguma mina - sugeriu a Sr.ª Danglars. - Sabem que ele tem um crédito ilimitado sobre a casa do barão?

- Não, não sabia - respondeu Albert -, mas assim deve ser.

- E que anunciou ao Sr. Danglars que contava ficar um ano em Paris e gastar seis milhões?

- É o xá da Pérsia que viaja incógnito.

- E aquela mulher, Sr. Lucien, já reparou como é bonita? inquiriu Eugénie.

- Na verdade, menina, não conheço ninguém tão pronto como a minha amiga a fazer justiça às pessoas do seu sexo.

Lucien aproximou o monóculo do olho.

- Encantadora - disse.

- E aquela mulher, Sr. de Morcerf, sabe quem é?

- Menina - disse Albert, respondendo a esta interpelação quase directa - sei mais ou menos, como tudo o que diz respeito à personagem misteriosa de que nos ocupamos. Aquela mulher é uma grega.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 525

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069