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Capítulo 55: O major Cavalcanti

Página 544

- Pela sua pobre mãe! - murmurou o lucano, procurando que a sua força de vontade actuasse sobre a glândula lacrimal e lhe permitisse molhar o canto do olho com uma lágrima falsa.

- Que pertencia a uma das primeiras famílias da Itália, segundo creio...

- Uma nobre família de Fiesole, Sr. Conde; uma nobre família de Fiesole!

- Chamada?

- Deseja saber o seu nome?

- Oh, meu Deus, é inútil que mo diga, conheço-o! - declarou Monte-Cristo.

- O Sr. Conde sabe tudo - observou o lucano, inclinando-se.

- Oliva Corsinari, não é verdade?

- Oliva Corsinari.

- Marquesa?

- Marquesa.

- E o senhor acabou por casar com ela, entretanto, apesar das oposições da família?

- Meu Deus, sim, acabei por fazer isso!

- E - prosseguiu Monte-Cristo - em boa ordem? Traz os seus documentos.

- Quais documentos? - perguntou o lucano.

- Mas a sua certidão de casamento com Oliva Corsinari e a certidão de nascimento da criança.

- A certidão de nascimento da criança?

- Sim, a certidão de nascimento de Andrea Cavalcanti, do seu filho. Não se chama Andrea?

- Creio que sim - respondeu o lucano.

- Como? Crê?!

- Diabo, não me atrevo a afirmar; há tanto tempo que o perdi!

- Tem razão - disse Monte-Cristo. - Enfim, tem todos esses documentos?

- Sr. Conde, é com pesar que lhe anuncio que, não tendo sido avisado para me munir desses documentos, esqueci-me de os trazer comigo.

- Demónio! - exclamou Monte-Cristo.

- São absolutamente necessários?

- Indispensáveis!

O lucano coçou a testa.

- Ah, per Baccho! - exclamou. - Indispensáveis!

- Sem dúvida. Pode-se levantar aqui alguma dúvida acerca da validade do seu casamento e da legitimidade do seu filho!

- Tem razão, podem-se levantar dúvidas - concordou o lucano.

- O que seria desagradável para o rapaz.

- Oh, seria fatal!

- Poderia fazê-lo perder qualquer magnífico casamento

- O peccato!

- Em França são rigorosos, compreende? Não basta, como na Itália, ir procurar um padre e dizer-lhe: «Amamo-nos, case-nos.» Em França há casamento civil, e para as pessoas casarem civilmente são precisos documentos que provem a sua identidade.

- Infelizmente, não tenho esses documentos.

- Mas felizmente tenho-os eu - declarou Monte-Cristo.

- O senhor?

- Sim.

- O senhor tem-nos?

- Tenho.

- Oh, que sorte! - exclamou o lucano, que, vendo o fim da sua viagem ir por água abaixo por falta de tais documentos, temia que semelhante esquecimento levantasse qualquer dificuldade a respeito das quarenta e oito mil libras.

- Oh, que sorte! Sim, que sorte - repetiu -, por que não pensei nisso?

- Demónio, parece-me que o senhor não pensa em nada! Mas felizmente o abade Busoni pensou nisso por si.

- Querido abade!

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pág. 544 (Capítulo 55)

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 544

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069