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Capítulo 56: Andrea Cavalcanti

Página 551

«O problema para que me permito chamar-lhe a atenção, Sr. Visconde, é este: assim que contar a alguém a sua comovente história, ela correrá pela sociedade completamente deturpada. Ver-se-á obrigado a armar em Antony, e o tempo dos Antonies está um pouco ultrapassado. Talvez obtenha um êxito de curiosidade, mas ninguém gosta de ser centro de observações e alvo de comentários. Cansar-se-ia, por certo.

- Creio que tem razão, Sr. Conde - concordou o jovem, empalidecendo, malgrado seu, sob o olhar inflexível de Monte-Cristo. - Seria um grave inconveniente.

- Oh, também não se deve exagerar! - redarguiu Monte-Cristo.

- Porque assim, para evitar um inconveniente, cairíamos numa loucura. Não, trata-se de traçar um simples plano de conduta; e no caso de um homem inteligente como o senhor, esse plano é tão mais fácil quanto é certo estar de acordo com os seus interesses.

«Dever-se-á combater por meio de testemunhas e de amizades respeitáveis tudo o que o seu passado tenha de obscuro.

Andrea perdeu visivelmente o à-vontade.

- Oferecer-me-ia de boa vontade como seu fiador e garante - disse Monte-Cristo -, mas é em mim um hábito moral desconfiar dos meus melhores amigos e uma necessidade procurar levar os outros a também duvidar. Por isso, desempenharia no caso um papel que me não iria a carácter, como dizem os trágicos, e arriscar-me-ia a ser assobiado, o que seria inútil.

- No entanto, Sr. Conde - atalhou Andrea, com audácia em consideração para com Lorde Wilmore, que me recomendou ao senhor...

- Sim, claro - prosseguiu Monte-Cristo. - Mas Lorde Wilmore não me deixou ignorar, caro Sr. Andrea, que o senhor teve uma juventude um tanto tempestuosa. Oh, não lhe peço nenhuma confissão! - exclamou o conde, ao ver o gesto que fazia Andrea. - Aliás, foi para que não necessitasse de ninguém que mandámos vir de Luca o Sr. Marquês Cavalcanti, seu pai. Vai vê-lo... É um bocadinho emproado, um bocadinho bombástico, mas trata-se de uma questão de uniforme, e quando se souber que esteve dezoito anos ao serviço da Áustria tudo se lhe desculpará. Em geral, não somos exigentes com os Austríacos. Em suma, trata-se de um pai muito aceitável, garanto-lhe.

- Tranquiliza-me, senhor. Separámo-nos há tanto tempo que não conservo nenhuma recordação dele.

- E depois, como sabe, uma grande fortuna desculpa muitas coisas?

- O meu pai é portanto realmente rico, senhor?

- Milionário... Quinhentas mil libras de rendimento.

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pág. 551 (Capítulo 56)

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 551

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069