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Capítulo 56: Andrea Cavalcanti

Página 553

- Sim, eis-nos reunidos - repetiu o major.

- Para nunca mais nos separarmos?

- Evidentemente. Creio, meu querido filho, que consideras agora a França uma segunda pátria...

- De facto, ficaria desesperado se tivesse de deixar Paris - redarguiu o rapaz.

- E eu, compreendes, não saberia viver fora de Luca. Regressarei pois a Itália logo que possa.

- Mas antes de partir, queridíssimo pai, decerto me entregará documentos com os quais me seja fácil demonstrar a que família pertenço.

- Sem dúvida nenhuma. Vim cá propositadamente para isso e tive tanta dificuldade em te encontrar.

- E esses documentos?

- Estão aqui

Andrea pegou avidamente na certidão de casamento do pai e na sua certidão de baptismo e depois de abrir ambos os documentos com uma ansiedade perfeitamente natural num bom filho, leu-os com uma rapidez e uma segurança que denotavam uma vista bem exercitada e o mais vivo interesse.

Quando acabou, brilhava-lhe nos olhos uma indefinível expressão de alegria. E fitando o major com um sorriso estranho:

- Que significa isto? Que não há galés na Itália? - observou em excelente toscano.

O major empertigou-se.

- Porque dizes isso? - inquiriu.

- Porque conseguem forjar impunemente documentos destes. Por menos de metade, meu queridíssimo pai, em França mandavam-nos a ares para Toulon por cinco anos.

- Como? - redarguiu o lucano, tentando tomar um ar majestoso.

- Meu caro Sr. Cavalcanti - disse Andrea, apertando o braço do major -, quanto lhe dão para ser meu pai?

O major ia a responder, mas Andrea interrompeu-o.

- Caluda! - disse, baixando a voz. - Vou dar-lhe o exemplo da confiança. A mim dão-me cinquenta mil francos por ano para ser seu filho; logo, deve compreender que não seria eu quem estaria disposto a negar que o senhor é meu pai.

O major olhou com inquietação à sua volta.

- Eh, esteja tranquilo, estamos sós! - disse Andrea. - Além disso, falamos em italiano.

- Bom, a mim dão-me cinquenta mil francos pagos de uma vez - declarou o lucano.

- Sr. Cavalcanti, acredita em contos de fadas? – perguntou Andrea.

- Dantes não acreditava, mas agora não tenho outro remédio.

- Isso quer dizer que teve provas? O major tirou da algibeira das calças um punhado de ouro.

- Palpáveis, como vê...

- Pensa portanto que posso acreditar nas promessas que me fizeram?

- Acho que sim.

- E que o conde as cumprirá?

- Ponto por ponto. Mas para isso, compreende, temos de desempenhar o nosso papel.

- Que quer dizer?

- Eu, de terno pai .

- E eu de filho respeitoso.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 553

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069