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Capítulo 57: O campo de Luzerna

Página 558

- E quem lhe disse que éramos íntimas, Maximilien?

- Ninguém. Mas pareceu-me que isso saltava à vista, dada a forma como davam o braço uma à outra e conversavam. Dir-se-iam duas amigas de colégio trocando confidências.

- E trocávamos efectivamente confidências - reconheceu Valentine. - Ela confessava-me a sua repugnância por um casamento com o Sr. de Morcerf e eu, pela minha parte, confessava-lhe que considerava uma infelicidade casar com o Sr. de Epinay.

- Querida Valentine!

- Aqui tem, meu amigo - continuou a jovem -, porque motivo notou essa aparência de abandono entre mim e Eugénie. É que enquanto falava do homem que não posso amar pensava no homem que amo.

- Como é boa em tudo, Valentine, e possui uma coisa que Mademoiselle Danglars nunca terá: o encanto indefinido que está para a mulher como o perfume está para a flor e o sabor para o fruto. Porque não basta uma flor ser bela, nem um fruto ser agradável à vista.

- É o seu amor que o leva a ver as coisas assim, Maximilien.

- Não, Valentine, juro-lhe. Olhe, observava ambas há pouco e dou-lhe a minha palavra de honra de que, embora prestando justiça à beleza de Mademoiselle Danglars, não compreendia que um homem se apaixonasse por ela.

- Porque, como dizia, Maximilien, eu estava aqui e a minha presença tornava-o injusto.

- Não... mas diga-me... uma questão de mera curiosidade resultante de certas ideias que tenho a respeito de Mademoiselle Danglars...

- Oh, e decerto muito injustas, mesmo sem eu saber quais! Quando os homens nos julgam. nós, pobres mulheres, não devemos esperar indulgência.

- Como se, entre elas, as mulheres fossem justas umas para com as outras!

- Porque quase sempre há paixão nos nossos julgamentos. Mas voltemos à sua pergunta.

- É por amar alguém que Mademoiselle Danglars receia o seu casamento com o Sr. de Morcerf?

- Maximilien, já lhe disse que não era amiga de Eugénie.

- Mas, meu Deus, mesmo sem serem amigas as raparigas fazem confidências umas às outras! Admita que lhe fez algumas perguntas a tal respeito... Ah, já a vejo sorrir!...

- Sendo assim, Maximilien, não serve de nada haver este tapume entre nós...

- Vejamos, que lhe disse ela?

- Disse-me que não amava ninguém - respondeu Valentine. - Que tinha horror ao casamento; que a sua maior alegria seria levar uma vida livre e independente, e que quase desejaria que o pai perdesse a fortuna para se tornar artista como a sua amiga Mademoiselle Louise d'Armilly.

- Está a ver?...

- E então, que prova isso? - perguntou Valentine.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 558

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069