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Capítulo 57: O campo de Luzerna

Página 562

- Oh, se soubesse, Maximilien! Já não é Edouard quem reina cá em casa, é o conde. Solicitado pela Sr.ª de Villefort, que vê nele o repositório dos conhecimentos humanos; admirado, ouça bem, admirado pelo meu pai, que diz nunca ter ouvido formular com mais eloquência ideias mais elevadas; idolatrado por Edouard, que, apesar do seu medo dos grandes olhos negros do conde, corre para ele assim que o vê chegar e lhe abre a mão, onde encontra sempre qualquer brinquedo admirável, o Sr. de Monte-Cristo não está aqui em casa do meu pai, o Sr. de Monte-Cristo não está aqui em casa da Sr.ª de Villefort, o Sr. de Monte-Cristo está aqui em sua casa.

- Nesse caso, querida Valentine, se as coisas são assim como diz, deve já sentir, ou em breve sentirá, os efeitos da sua presença. Encontra Albert de Morcerf em Itália e arranca-o das mãos dos bandidos; conhece a Sr.ª Danglars e oferece-lhe um presente real; a sua madrasta e o seu irmão passam-lhe diante da porta e o seu núbio salva-lhes a vida. Trata-se de um homem que recebeu, evidentemente, o poder de influir nas coisas. Nunca vi gostos mais simples aliados a tão alta magnificência. O seu sorriso é tão afectuoso quando mo dirige que esqueço que os outros acham o seu sorriso amargo. Diga-me, Valentine, ele já lhe sorriu assim? Se sorriu, será feliz.

- A mim? - redarguiu a jovem. - Meu Deus, Maximilien, nem se quer me olha! Ou antes, se passo por acaso, desvia a vista de mim. Ou não é generoso, ou não possui esse olhar profundo que lê no fundo dos corações, como o Maximilien supõe erradamente. Porque se fosse generoso, vendo-me sozinha e triste nesta casa, proteger-me-ia com a influência que exerce. Se, como o Maximilien pretende, desempenha o papel de Sol, aquecer-me-ia o coração com um dos seus raios. Diz que gosta de si, Maximilien... Meu Deus, que sabe o senhor a tal respeito? Os homens mostram boa cara a um oficial de cinco pés e seis polegadas de altura, como o senhor, e ainda por cima possuidor de um grande bigode e de um comprido sabre, mas julgam poder esmagar sem receio uma pobre rapariga que chora.

- Oh, Valentine, está enganada, juro-lhe!

- Vejamos, Maximilien, se não fosse assim, isto é, se ele me tratasse diplomaticamente, como homem que, de uma maneira ou doutra, se quer introduzir na casa, honrar-me-ia, nem que fosse uma só vez, com esse sorriso que tanto me elogia. Mas não, viu-me infeliz, sabe que não lhe posso ser útil para nada, e nem sequer me presta atenção. Quem sabe até se, para fazer a corte ao meu pai, à Sr.ª de Villefort ou ao meu irmão, me não perseguirá também assim que o possa fazer? Francamente; não sou mulher que se despreze assim, sem motivo; o senhor mesmo mo disse...

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 562

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069