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Capítulo 65: Cena conjugal

Página 621

- Que faz a minha filha? - perguntou a Sr.ª Danglars.

- Estudou toda a noite e em seguida foi-se deitar - respondeu Mademoiselle Cornélie.

- No entanto, parece-me que ouço o seu piano...

- É Mademoiselle Louise de Armilly que toca enquanto a menina está deitada.

- Bem, venha despir-me - ordenou a Sr.ª Danglars.

Entraram no quarto. Debray estendeu-se num grande canapé e a Sr.ª Danglars dirigiu-se para o seu quarto de vestir com Mademoiselle Cornélie.

- Meu caro Sr. Lucien - disse a Sr.ª Danglars através da porta do quarto de vestir -, porque está sempre a queixar-se de que Eugénie não lhe dá a honra de lhe dirigir a palavra?

- Minha senhora - respondeu Lucien, brincando com o cãozinho da baronesa, o qual, reconhecendo a sua qualidade de amigo da casa, tinha o hábito de lhe fazer mil carícias -, não sou o único que lhe faço semelhantes recriminações.

Creio ter ouvido um dia destes Morcerf queixar-se a si mesmo de que não conseguia arrancar uma única palavra à noiva.

- É verdade - reconheceu a Sr.ª Danglars. - Mas creio que uma destas manhãs tudo isso mudará e verá entrar Eugénie no seu gabinete.

- No meu gabinete?

- Quero dizer, no do ministério.

- E porquê?

- Para lhe pedir um contrato para a ópera! Na verdade, nunca vi tal entusiasmo pela música. Chega a ser ridículo numa pessoa da sociedade.

Debray sorriu.

- Bom, desde que apareça com o seu consentimento e o do barão, arranjar-lhe-emos esse contrato e procuraremos que esteja de acordo com o seu mérito, embora sejamos muito pobres para pagar tão grande talento como o dela.

- Pode ir, Cornélie, já não preciso de si - disse a Sr.ª Danglars.

Cornélie saiu e pouco depois a Sr.ª Danglars saiu também do quarto de vestir num elegante négligé e foi sentar-se ao pé de Lucien.

Depois, pensativa, pôs-se a afagar o petit-épagneul.

Lucien olhou-a um instante em silêncio.

- Vejamos, Hermine, responda francamente: que é que a preocupa? - perguntou por fim.

- Nada - respondeu a baronesa.

E no entanto, como sufocasse, levantou-se, tentou respirar e foi ver-se ao espelho.

- Estou medonha, esta noite - declarou.

Debray ia a levantar-se, sorrindo, para ir tranquilizar a baronesa a tal respeito, quando a porta se abriu de súbito.

O Sr. Danglars entrou. Debray voltou a sentar-se.

Ao ouvir o barulho da porta, a Sr.ª Danglars virou-se e olhou o marido com um espanto que nem sequer se incomodou a dissimular.

- Boas noites, minha senhora. Boas noites, Sr. Debray.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 621

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069