Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 66: Projetos de casamento

Página 635

- Bom, o Sr. de Morcerf e eu falámos algumas vezes desse casamento; mas a Sr.ª de Morcerf e Albert...

- Decerto não me vai dizer que não é um bom partido...

- Eh, eh, Mademoiselle Danglars vale bem o Sr. de Morcerf, parece-me!

- O dote de Mademoiselle Danglars será excelente, com efeito, não duvido disso, sobretudo se o telégrafo não fizer mais novas loucuras.

- Oh, não se trata apenas do dote? Mas diga-me uma coisa...

- O quê?

- Porque não convidou Morcerf e a família para o seu jantar?

- Também o convidei, mas ele objectou-me com uma viagem a Dieppe com a Sr.ª de Morcerf, a quem recomendaram o ar do mar.

- Sim, sim - disse Danglars rindo -, deve fazer-lhe bem...

- Porque diz isso?

- Porque foi o ar que ela respirou na juventude.

Monte-Cristo deixou passar o epigrama sem parecer prestar-lhe atenção.

- Mas enfim - disse o conde -, se Albert não é tão rico como Mademoiselle Danglars, o senhor não pode negar que possui um belo nome.

- De acordo, mas também gosto do meu - redarguiu Danglars.

- Claro que o seu nome é popular e honrou o título com que se supôs honrá-lo, mas o senhor é um homem suficientemente inteligente para compreender que, de acordo com certos preconceitos excessivamente enraizados para que os extirpem, nobreza de cinco séculos vale mais do que nobreza de vinte anos.

- E exactamente por isso - respondeu Danglars com um sorriso que procurou tornar sardónico -, é por isso que preferiria o Sr. Andrea Cavalcanti ao Sr. Albert de Morcerf.

- Mas eu supunha que os Morcerfs não ficavam atrás dos Cavalcanti... - observou Monte-Cristo.

- Os Morcerfs!... Ouça, meu caro conde - prosseguiu Danglars -, o senhor é um homem de sociedade, não é verdade?

- Julgo que sim.

- E, além disso, perito em brasões?

- Um pouco.

- Pois então, veja a cor do meu; é mais firme do que a do brasão de Morcerf.

- Porquê?

- Porque eu, se não sou barão de nascimento, ao menos chamo-me Danglars.

- E depois?

- Ao passo que ele não se chama Morcerf.

- Como é que não se chama Morcerf.

- Nem por sombras.

- Mas porquê?!

- A mim, alguém me fez barão e portanto sou-o; ele fez-se conde sozinho e portanto não o é.

- Impossível.

- Escute, meu caro conde - continuou Danglars. - O Sr. de Morcerf é meu amigo, ou antes, meu conhecido há trinta anos.

Eu, como o senhor sabe, não ligo importância ao meu brasão, pois nunca esqueci donde vim.

- Prova de uma grande humildade ou de um grande orgulho - comentou Monte-Cristo.

- Pois bem, quando eu era praticante de escritório, Morcerf era simples pescador.

<< Página Anterior

pág. 635 (Capítulo 66)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 635

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069