O Conde de Monte Cristo - Cap. 68: Um baile de Verão Pág. 648 / 1080

- Portanto, o Sr. Danglars jantou em sua casa?

- Jantou.

- Com o seu visconde Andrea Cavalcanti?

- Com o visconde Andrea Cavalcanti, o marquês seu pai, a Sr.ª Danglars, o Sr. e a Sr.ª de Villefort, pessoas encantadoras, o Sr. Debray, Maximilien Morrel e ainda... espere... Ah, o Sr. de Château-Renaud!

- Falaram de mim?

- Nem uma palavra.

- Tanto pior.

- Porquê? Se o esqueceram, parece-me que, procedendo assim, fizeram apenas o que o senhor desejava...

- Meu caro conde, se ninguém falou de mim foi porque pensaram muito na minha pessoa, o que me deixa desesperado.

- Que lhe interessa isso, se Mademoiselle Danglars não foi uma das pessoas que pensaram em si em minha casa? Verdade seja que podia pensar em casa dela...

- Oh, quanto a isso não, tenho a certeza! Ou se pensasse seria certamente da mesma maneira que penso nela.

- Comovente simpatia! - comentou o conde. - Então detestam-se?

- Escute - pediu Morcerf. - Se Mademoiselle Danglars fosse mulher que se compadecesse do mártir que não está disposto a sofrer por ela e me quisesse recompensar disso à margem das convenções matrimoniais estabelecidas entre as nossas duas famílias, seria maravilhoso. Em resumo, creio que Mademoiselle Danglars daria uma amante encantadora, mas como esposa, diabo...

- É assim que encara o seu futuro? - perguntou Monte-Cristo, rindo.

- Meu Deus, é! De forma um pouco brutal, confesso, mas pelo menos verdadeira. Ora, como não é possível transformar este sonho em realidade; como para chegar a determinado fim, é indispensável que Mademoiselle Danglars seja minha mulher, isto é, que viva comigo, que pense junto de mim, que cante ao pé de mim, que escreva versos e música a dez passos de mim, e isso durante toda a minha vida, apavora-me. Uma amante, meu caro conde, deixa-se; mas uma mulher, com a breca, é outra coisa! Conserva-se eternamente, perto ou longe. Ora, é horrível ter de conservar sempre Mademoiselle Danglars, mesmo longe.

- O senhor é muito exigente, visconde.

- Pois sou, porque muitas vezes penso numa coisa impossível.

- Qual?

- Encontrar para mim uma mulher como o meu pai encontrou uma para ele.

Monte-Cristo empalideceu e fitou Albert, sem deixar de brincar com umas pistolas magníficas cuja fecharia percutia rapidamente.

- O seu pai tem sido portanto muito feliz? - perguntou.

- Sabe a minha opinião acerca de minha mãe, Sr. Conde: um anjo do Céu. Vejo-a ainda bonita, espiritual, cada vez melhor do que nunca. Venho de Tréport; para qualquer outro filho, meu Deus, acompanhar a mãe seria uma condescendência ou um frete!





Os capítulos deste livro

Marselha - A Chegada 1 O pai e o filho 8 Os Catalães 14 A Conspiração 23 O banquete de noivado 28 O substituto do Procurador Régio 38 O interrogatório 47 O Castelo de If 57 A festa de noivado 66 Os Cem Dias 89 O número 34 e o número 27 106 Um sábio italiano 120 A cela do abade 128 O Tesouro 143 O terceiro ataque 153 O cemitério do Castelo de If 162 A Ilha de Tiboulen 167 Os contrabandistas 178 A ilha de Monte-Cristo 185 Deslumbramento 192 O desconhecido 200 A Estalagem da Ponte do Gard 206 O relato 217 Os registos das prisões 228 Acasa Morrel 233 O 5 de Stembro 244 Itália - Simbad, o marinheiro 257 Despertar 278 Bandidos Romanos 283 Aparição 309 A Mazzolata 327 O Carnaval de Roma 340 As Catacumbas de São Sebastião 356 O encontro 369 Os convivas 375 O almoço 392 A apresentação 403 O Sr. Bertuccio 415 A Casa de Auteuil 419 A vendetta 425 A chuva de sangue 444 O crédito ilimitado 454 A parelha pigarça 464 Ideologia 474 Haydée 484 A família Morrel 488 Píramo e Tisbe 496 Toxicologia 505 Roberto, o diabo 519 A alta e a baixa 531 O major Cavalcanti 540 Andrea Cavalcanti 548 O campo de Luzerna 557 O Sr. Noirtier de Villefort 566 O testamento 573 O telégrafo 580 Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588 Os fantasmas 596 O jantar 604 O mendigo 613 Cena conjugal 620 Projetos de casamento 629 No gabinete do Procurador Régio 637 Um baile de Verão 647 As informações 653 O baile 661 O pão e o sal 668 A Sra. de Saint-Méran 672 A promessa 682 O jazigo da família Villefort 705 A ata da sessão 713 Os progressos de Cavalcanti filho 723 Haydée 732 Escrevem-nos de Janina 748 A limonada 762 A acusação 771 O quarto do padeiro reformado 776 O assalto 790 A mão de Deus 801 Beauchamp 806 A viagem 812 O julgamento 822 A provocação 834 O insulto 840 A Noite 848 O duelo 855 A mãe e o filho 865 O suicídio 871 Valentine 879 A confissão 885 O pai e a filha 895 O contrato 903 A estrada da Bélgica 912 A estalagem do sino e da garrafa 917 A lei 928 A aparição 937 Locusta 943 Valentine 948 Maximilien 953 A assinatura de Danglars 961 O Cemitério do Père-lachaise 970 A partilha 981 O covil dos leões 994 O juiz 1001 No tribunal 1009 O libelo acusatório 1014 Expiação 1021 A partida 1028 O passado 1039 Peppino 1049 A ementa de Luigi Vampa 1058 O Perdão 1064 O 5 de Outubro 1069