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Capítulo 68: Um baile de Verão

Página 649
Pois eu passei quatro dias a conversar com ela, mais satisfeito, mais repousado e confesso-lhe que mais poético até do que se tivesse levado para Tréport a rainha Mab ou Titânia.

- Trata-se de uma perfeição invulgar e com isso o senhor dá a todos aqueles que o ouvem enormes desejos de ficar solteiros.

- É precisamente por saber que existe no mundo uma mulher perfeita que não tenho pressa de casar com Mademoiselle Danglars. Já notou alguma vez como o nosso egoísmo reveste de cores brilhantes tudo o que nos pertence? O diamante que cintilava na montra de Marlé ou Fossin torna-se muito mais belo desde que é o nosso diamante; mas se a evidência nos força a reconhecer que existem diamantes de uma água mais pura e somos obrigados a usar eternamente esse diamante inferior a outro, compreende o sofrimento?

- Mundano! - murmurou o conde.

- Aí está porque saltarei de alegria no dia em que Mademoiselle Eugénie descubra que não passo de um mísero átomo e que com dificuldade possuo tantas centenas de milhares de francos como ela possui milhões.

Monte-Cristo sorriu.

- Tinha pensado noutra coisa - continuou Albert. - Franz aprecia as excentricidades e, mal-grado seu, procurei que se apaixonasse por Mademoiselle Danglars. Mas as quatro cartas que lhe escrevi no estilo mais sedutor, Franz respondeu-me imperturbavelmente: «Sou excêntrico, é verdade, mas a minha excentricidade não vai ao ponto de retirar a minha palavra depois de a dar.»

- Ora aí está o que chamo a dedicação da amizade: dar a outro a mulher que para nós mesmos só queríamos como amante?

Albert sorriu.

- A propósito - prosseguiu -, o caro Franz vem aí. Mas a notícia pouco lhe interessa, creio. O senhor não gostava dele, pois não?

- Eu? - redarguiu Monte-Cristo. - Meu caro visconde, onde descobriu que eu não gostava do Sr. Franz? Gosto de toda a gente.

- E eu estou incluído no «toda a gente»... Obrigado.

- Não confundamos - defendeu-se Monte-Cristo. - Gosto de toda a gente da maneira que Deus nos ordena que amemos o próximo, cristãmente; mas só estimo realmente certas pessoas. Voltemos ao Sr. Franz de Epinay. Diz que vem aí?

- Exacto. Mandado chamar pelo Sr. de Villefort, tão empenhado, ao que parece, em casar Mademoiselle Valentine como o Sr. Danglars em casar Mademoiselle Eugénie.

Decididamente, parece tratar-se de um estado dos mais fatigantes ser pai de filhas crescidas. Afigura-se-me que ficam febris e que o pulso lhes bate à razão de noventa pulsações por minuto enquanto se não vêem livres delas.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 649

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069