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Capítulo 69: As informações

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- Ah, ah!

- Sim, e em criança brinquei várias vezes com o filho nos seus estaleiros navais.

- No entanto, esse título de conde...

- Como sabe, compra-se.

- Em Itália?

- Em qualquer parte.

- Mas as suas riquezas, que são imensas, ao que também se diz...

- Oh, quanto a isso, «imensas», é a palavra adequada! - respondeu o abade.

- Quanto calcula que possui, o senhor que o conhece?

- Oh, tem bem cento e cinquenta a duzentas mil libras de rendimento!

- Sim, é razoável - admitiu o visitante. - Mas fala-se de três ou quatro milhões!

- Duzentas mil libras de rendimento, senhor, dão precisamente quatro milhões de capital.

- Mas fala-se de três ou quatro milhões de rendimento!

- Oh, isso não é crível!

- E o senhor conhece a sua ilha de Monte-Cristo?

- Certamente. Qualquer homem que tenha vindo de Palermo, de Nápoles ou de Roma para França, por mar, a conhece, pois passou por ela e viu-a ao passar.

- Trata-se de um sítio encantador, ao que se afirma...

- É um rochedo.

- Porque terá o conde comprado um rochedo?

- Justamente para ser conde. Na Itália, para se ser conde ainda é necessário possuir um condado.

- Decerto ouviu falar das aventuras de juventude do Sr. Zaccone.

- Do pai?

- Não, do filho.

- Aí é que começam as minhas incertezas, porque em dada altura perdi o meu jovem companheiro de vista.

- Ele entrou na guerra?

- Creio que serviu.

- Em que arma?

- Na Marinha.

- Vejamos, o senhor não é o seu confessor?

- Não, senhor. Creio que é luterano.

- Como, luterano?!

- Digo que creio; não afirmo. De resto, julgava a liberdade de cultos estabelecida em França.

- Sem dúvida. Por isso, não é das suas crenças que nos ocupamos neste momento, mas sim dos seus actos. Em nome do Sr. Prefeito da Polícia, convido-o a dizer o que saiba.

- Passa por homem muito caritativo. O nosso Santo Padre, o Papa fê-lo cavaleiro de Cristo, honra que quase só concede aos príncipes, pelos serviços eminentes que prestou aos cristãos do Oriente. Além disso, possui cinco ou seis grã-cruzes, concedidas por serviços prestados tanto aos príncipes como aos Estados.

- Usa-as?

- Não, mas orgulha-se de as possuir. Diz que aprecia mais as recompensas concedidas aos benfeitores da humanidade do que as atribuídas aos destruidores dos homens.

- É então um quacre, esse homem?

- Exacto, é um quacre, mas sem o grande chapéu e o fato castanho, evidentemente.

- Tem amigos?

- Tem. São seus amigos todos aqueles que o conhecem.

- Mas, enfim, também deve ter inimigos.

- Só um.

- Como se chama?

- Lorde Wilmore.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 656

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069