Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 73: A promessa

Página 701

Noirtier pousou o seu olhar inteligente em Morrel, como que para lhe dizer: «é conforme...»

Maximilien compreendeu.

- Valentine - disse -, tem um dever sagrado a cumprir no quarto da sua avó; quer dar-me a honra de permitir que converse um instante com o Sr. Noirtier?

- Sim, sim, é isso - indicou o olhar do velho.

Depois fitou Valentine com inquietação.

- Como conseguirá compreender-te, não é o que queres dizer, querido avô?

- É.

- Oh, está descansado! Temos falado tantas vezes de ti que ele sabe bem como te falo.

Depois, virando-se para Maximilien com um sorriso adorável, apesar de velado por profunda tristeza, disse:

- Ele sabe tudo o que eu sei

Valentine levantou-se, aproximou uma cadeira para Morrel recomendou a Barrois que não deixasse entrar ninguém e, depois de beijar ternamente o avô e de se despedir tristemente de Morrel, saiu.

Então Morrel, para provar a Noirtier que tinha a confiança de Valentine e conhecia todos os seus segredos, pegou no dicionário, na pena e no papel e colocou tudo em cima de uma mesa onde havia um candeeiro.

- Mas primeiro - disse - permita-me, senhor, que lhe diga quem sou, como amo Mademoiselle Valentine e quais são as minhas intenções a seu respeito.

- Escuto-o - deu a entender Noirtier.

Constituía um espectáculo deveras impressionante ver como aquele velho, aparentemente um fardo inútil, se tornara o único protector, o único apoio, o único juiz de dois apaixonados jovens, belos, fortes e no começo da vida.

O seu rosto, de uma nobreza e de uma austeridade notáveis, impunha-se a Morrel, que começou a falar com voz incerta.

Contou então como conhecera e amara Valentine, e como Valentine, no seu isolamento e na sua infelicidade, acolhera a oferta da sua dedicação. Revelou-lhe quais eram o seu nascimento, a sua posição e a sua fortuna, e por mais de uma vez, quando interrogou com a vista o paralítico, ele lhe respondeu também com a vista:

- Está bem, continue.

- Agora - disse Morrel quando concluiu a primeira parte da sua narrativa -, agora que já lhe revelei, senhor, o meu amor e as minhas esperanças, devo revelar-lhe também os nossos projectos?

- Deve - respondeu o velho.

- Muito bem. Eis o que tínhamos resolvido.

E contou tudo a Noirtier: como um cabriolé os esperava no cercado, como contava raptar Valentine, levá-la para casa da irmã e casar com ela e como, depois, estavam dispostos a esperar, numa respeitosa expectativa, o perdão do Sr. de Villefort.

- Não - disse o Sr. Noirtier.

- Não? - repetiu Morrel. - Não é assim que devemos proceder?

<< Página Anterior

pág. 701 (Capítulo 73)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 701

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069