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Capítulo 74: O jazigo da família Villefort

Página 710

Franz cumprimentou o Sr. de Villefort e saiu.

Assim que a porta da rua se fechou atrás do jovem, Villefort mandou prevenir Valentine de que deveria descer à sala dentro de meia hora, altura em que se esperava a chegada do notário e das testemunhas do Sr. de Epinay

Esta notícia inesperada produziu grande sensação na casa. A Sr.ª de Villefort, nem queria acreditar e Valentine ficou como que fulminada.

Olhou à sua volta, como se procurasse a quem pedir socorro. Quis descer aos aposentos do avô, mas encontrou na escada o Sr. de Villefort, que a agarrou por um braço e a levou para a sala.

Na antecâmara, Valentine encontrou Barrois e deitou ao velho criado um olhar desesperado.

Pouco depois de Valentine entrou na sala a Sr.ª de Villefort com o pequeno Édouard. Era visível que a jovem senhora tivera o seu quinhão nos desgostos da família; estava pálida e parecia horrivelmente fatigada.

Sentou-se, pegou em Édouard ao colo e de vez em quando apertava ao peito, com gestos quase convulsos, aquela criança em que toda a sua vida parecia concentrada.

Não tardou a ouvir-se o ruído de duas carruagens que entravam no pátio. Uma era a do notário e a outra a de Franz e dos seus amigos. Num instante, toda a gente se reuniu na sala.

Valentine estava tão pálida que se lhe viam as veias azuladas das têmporas desenharem-se à roda dos olhos e correrem-lhe ao longo das faces. Franz não conseguia disfarçar uma emoção bastante viva.

Château-Renaud e Albert entreolharam-se surpreendidos: a cerimónia que pouco antes terminara não lhes parecera menos triste do que a que ia começar.

A Sr.ª de Villefort colocara-se na sombra, atrás do reposteiro de veludo, e como estava constantemente inclinada para o filho, era difícil ler-lhe no rosto o que lhe ia na alma. O Sr. de Villefort estava, como sempre, impassível. Depois de ter, com o método peculiar dos funcionários da justiça, alinhado os papéis em cima da mesa, tomado lugar na sua poltrona e tirado os óculos, o notário virou-se para Franz.

- É o Sr. Franz de Quesnel, barão de Epinay? - perguntou, embora o soubesse perfeitamente.

- Sim, senhor - respondeu Franz.

O notário inclinou-se.

- Devo portanto preveni-lo, senhor, da parte do Sr. De Villefort, que o seu casamento com Mademoiselle de Villefort modificou as disposições do Sr. de Noirtier para com a neta e que ele alienou inteiramente a fortuna que lhe devia transmitir. Apressamo-nos a acrescentar - continuou o notário - que, como o testador não tinha o direito de alienar senão uma parte da sua fortuna e a alienou toda, o testamento não resistirá à sua contestação e será declarado nulo e sem nenhum efeito.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 710

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069