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Capítulo 75: A ata da sessão

Página 715

»Nesta conformidade, dirigiu-se ao general de Quesnel um bilhete pedindo-lhe que assistisse à sessão do dia seguinte. O bilhete não indicava nem a rua nem o número da casa onde se devia efectuar a reunião. Também não tinha nenhuma assinatura, mas anunciava ao general que se estivesse pronto o iriam buscar às nove horas da noite.

»As sessões realizavam-se das nove à meia-noite.

»Às nove horas o presidente do clube apresentou-se em casa do general. O general estava pronto. O presidente disse-lhe que uma das condições da sua admissão era que ignorasse eternamente o local da reunião e que deixasse vendarem-lhe os olhos, depois de jurar não levantar de modo algum a venda.

»O general de Quesnel aceitou a condição e prometeu pela sua honra não procurar ver a onde o conduziriam.

»O general mandara preparar a sua carruagem; mas o presidente disse-lhe que era impossível utilizarem-na, pois assim não valeria a pena vendar os olhos do amo se o cocheiro ficasse com os seus abertos e identificasse por onde passariam.

»- Como proceder então? - perguntou o general.

»- Tenho a minha carruagem - respondeu o presidente.

»- Está assim tão seguro do seu cocheiro que lhe confia um segredo que considera imprudente revelar ao meu?

»- O nosso cocheiro é um membro do clube - respondeu o presidente. - Seremos conduzidos por um conselheiro de Estado.

»- Então, corremos outro risco: o de nos virarmos - observou o general, rindo.

»Registamos este gracejo como prova de que o general não foi de forma alguma obrigado a assistir à sessão, à qual compareceu de sua livre vontade.

»Uma vez instalados na carruagem, o presidente recordou ao general a promessa que fizera de deixar vendar os olhos. O general não levantou qualquer oposição a tal formalidade. Um lenço de pescoço preparado para o efeito na carruagem fez as vezes de venda.

»Durante o caminho, o presidente julgou notar que o general procurava ver por baixo da venda e recordou-lhe o seu juramento.

»- Tem razão - disse o general.

»A viatura parou diante de uma passagem da Rua Saint-Jacques. O general apeou-se apoiado no braço do presidente, cuja dignidade ignorava e que tomava por um simples membro do clube. Atravessaram a passagem, subiram um andar e entraram na sala das deliberações.

»A sessão já começara. Os membros do clube, prevenidos da espécie de apresentação que se deveria efectuar naquela noite, tinham comparecido na sua totalidade. Chegado ao meio da sala, o general foi convidado a tirar a venda.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 715

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069