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Capítulo 76: Os progressos de Cavalcanti filho

Página 728

Danglars esboçou um sorriso que significava: «Pois sim, mas acusaste o toque!»

- Por isso - replicou, esperando sem dúvida chegar ao fim que pretendia -, o príncipe e a minha filha causaram ontem a admiração geral. Não esteve ontem no baile, Sr. de Morcerf?

- Qual príncipe? - perguntou Albert.

- O príncipe Cavalcanti - respondeu Danglars, que continuava a obstinar-se a dar este título ao rapaz.

- Perdão, ignorava que fosse príncipe! - redarguiu Albert. - Com que então o príncipe Cavalcanti cantou ontem com Mademoiselle Eugénie?... Na verdade, deve ter sido maravilhoso e lamento muito profundamente não ter ouvido. Mas não pude corresponder ao seu convite, tive de acompanhar a Sr.ª de Morcerf a casa da baronesa de Château-Renaud, onde cantavam os alemães.

E após um silêncio, como se nada se tivesse passado, insistiu:

- Ser-me-á permitido apresentar os meus cumprimentos a Mademoiselle Danglars?

- Oh, espere, espere, suplico-lhe! - interveio o banqueiro, detendo o jovem. - Ouça esta maravilhosa cavatina... Tá, tá, tá, ti, tá, tá!... Maravilhoso! Está quase a terminar... é só um segundo. Perfeito! Bravo! Bravi! Brava! E o banqueiro desatou a aplaudir com frenesi.

- Efectivamente - disse Albert -, é delicioso, e deve ser impossível alguém compreender melhor a música do seu país do que o príncipe Cavalcanti. Disse príncipe, não é verdade? Aliás, se não for príncipe, fá-lo-ão príncipe; em Itália é fácil. Mas para voltarmos aos nossos adoráveis cantores, deveria proporcionar-nos um prazer, Sr. Danglars: sem os prevenir de que está aqui um estranho, deveria pedir a Mademoiselle Danglars e ao Sr. Cavalcanti que cantassem outro trecho. É tão delicioso ouvir música um pouco afastado, na penumbra, sem ser visto, sem ver e, portanto, sem incomodar os músicos... e podermo-nos entregar assim a todo o instinto do seu génio ou a todo o ímpeto do seu coração.

Desta vez a fleuma do rapaz desarmou Danglars.

Chamou Monte-Cristo à parte e perguntou-lhe:

- Que me diz do nosso apaixonado?

- Demónio, parece-me frio isso é incontestável... Mas que lhe quer fazer? o senhor está comprometido...

- Claro que estou comprometido, mas prefiro dar a minha filha a um homem que a ame do que a um homem que a não ame. Veja-o: frio como mármore e orgulhoso como o pai. Se fosse rico, ainda vá; se tivesse a fortuna dos Cavalcanti, passaríamos por cima disso, mas assim... Ainda não consultei a minha filha, mas se ela tivesse bom gosto...

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 728

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069