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Capítulo 10: O gabinetezinho das Tulherias

Página 74
Confiam no acaso e esperam que um dia qualquer acontecimento inesperado dê uma espécie de realidade às suas predições.

- Pois sim. Vá, senhor - disse Luís XVIII -, e lembre-se de que o espero.

- Irei num pé e virei noutro, Sire. Dentro de dez minutos estarei de volta.

- E eu, Sire - disse o Sr. de Blacas -, vou buscar o meu mensageiro.

- Espere, espere! - atalhou Luís XVIII. - Na verdade, Blacas, parece-me que devo modificar as suas armas: dar-lhe-ei uma águia de asas abertas segurando nas garras uma presa que procura inutilmente escapar-lhe, com esta divisa: «Tenax»

- Sire, sou todo ouvidos - disse o Sr. de Blacas, que mal continha a sua impaciência.

- Gostaria de o consultar acerca desta passagem: «Molli fugiens anhelitu». Como sabe, trata-se de um veado que foge diante de um lobo. O senhor não é caçador e monteiro-mor? Que lhe parece, a esse duplo título, o «molli anhelitu»

- Admirável, Sire. Mas o meu mensageiro é como o veado de que Vossa Majestade fala, pois acaba de percorrer 220 léguas emposta, e isso apenas em três dias.

- Já é vontade de apanhar uma estafa e uma carga despreocupações, meu caro duque, quando temos o telégrafo que não gasta mais de três ou quatro horas, e isso sem que o seu fôlego se altere absolutamente nada.

- Ah, Sire, recompensa muito mal esse pobre rapaz que vem de tão longe e com tanto ardor para dar a Vossa Majestade um aviso útil. Quanto mais não seja em atenção para com o Sr. de Salvieux, que mo recomenda, recebei-o bem, suplico-vos.

- O Sr. de Salvieux, o camareiro do meu irmão? - O próprio.

- Com efeito, ele está em Marselha.

- É de lá que me escreve.

- Fala-lhe também dessa conspiração? - Não, mas recomenda-me o Sr. de Villefort e encarrega-me de o introduzir junto de Vossa Majestade.

- Sr. de Villefort? - sobressaltou-se o rei. - Esse mensageiro chama-se Sr. de Villefort?

- Chama, Sire.

- E é ele que vem de Marselha?

- Em pessoa.

- P orque não me disse imediatamente o seu nome? - inquiriu o rei, deixando transparecer no rosto um princípio de inquietação.

- Sire, julgava esse nome desconhecido de Vossa Majestade.

- De modo nenhum, de modo nenhum, Blacas. Trata-se de um espírito sério, elevado, sobretudo ambicioso. E, evidentemente, você conhece de nome o pai dele.

- O pai dele?

- Sim, Noirtier.

- Noirtier, o girondino? Noirtier, o senador?

- Exactamente.

- E Vossa Majestade empregou o filho de semelhante homem?

- Blacas, meu amigo, você não percebe nada disto. Já lhe disse que Villefort era ambicioso. Para levar a água ao seu moinho, Villefort sacrificará tudo, mesmo o pai.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 74

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069