- Não - respondeu Haydée. - Não ousou conservar-nos e vendeu-nos a negociantes de escravos que iam para Constantinopla. Atravessámos a Grécia e chegámos quase moribundas à porta imperial, cheia de curiosos, que se afastavam para nos deixar passar. De súbito, a minha mãe seguiu com a vista a direcção dos seus olhares, soltou um grito e caiu, ao mesmo tempo que me mostrava uma cabeça por cima da porta. Por baixo da cabeça encontravam-se escritas estas palavras: «Esta é a cabeça de Ali-Tebelin, paxá de Janina.»Tentei, chorando, levantar minha mãe; estava morta!
»Levaram-me para o bazar. Um rico arménio comprou-me, mandou-me educar, deu-me professores, e quando fiz treze anos vendeu-me ao sultão Mahmud.
- A quem - interveio Monte-Cristo a resgatei; como já lhe disse, Albert, em troca da esmeralda idêntica àquela onde guardo as minhas pastilhas de haxixe.
- Oh, tu és bom, tu és grande, meu senhor! - exclamou Haydée, beijando a mão de Monte-Cristo. - E sou muito feliz por te pertencer!
Albert ficara aturdido com o que acabava de ouvir.
- Acabe a sua chávena de café - disse-lhe o conde. - A história terminou.