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Capítulo 78: Escrevem-nos de Janina

Página 756

- Que vê nisto que o ofenda? - perguntou Monte-Cristo.

- Como, que vejo?!

- Sim. Que lhe interessa a si que os castelos de Janina tenham sido entregues por um oficial chamado Fernand?

- Interessa-me porque o meu pai, o conde de Morcerf, se chama Fernand de seu nome de baptismo.

- E o seu pai esteve ao serviço de Ali-Paxá?

- Bom, ele combatia pela independência dos Gregos. É aí que reside a calúnia.

- Ah, sim! Sejamos razoáveis, meu caro visconde...

- Não pretendo outra coisa.

- Diga-me cá: quem diabo sabe em França que o oficial Fernand é o mesmo homem que o conde de Morcerf? E quem se ocupa agora de Janina, que, segundo creio, foi tomada em 1822 ou 1823?

- É precisamente ai que reside a perfídia: deixa-se o tempo passar, e um belo dia recordam-se acontecimentos esquecidos para armar um escândalo que pode manchar uma alta posição. Pois bem, eu, herdeiro do nome do meu pai, não quero sequer que sobre esse nome paire a sombra de uma dúvida. Vou enviar a Beauchamp, em cujo jornal foi publicada esta notícia, duas testemunhas, para que a corrija.

- Beauchamp não corrigirá nada.

- Então, bater-nos-emos.

- Não, não se baterão porque ele lhe responderá que havia no Exército grego talvez cinquenta oficiais chamados Fernand.

- Bater-nos-emos apesar dessa resposta. Oh, quero que corrija a notícia!... Meu pai, um soldado tão nobre, com tão ilustre carreira...

- Ou então escreverá: «Somos levados a crer que tal Fernand nada tem de comum com o Sr. Conde de Morcerf, cujo nome de baptismo é também Fernand.»

- Exijo uma retractação plena e completa; não me contentarei de modo algum com isso!

- E vai mandar-lhe as suas testemunhas?

- Vou.

- Faz mal.

- Isso quer dizer que me recusa o favor que lhe vinha pedir?

- Conhece a minha teoria a respeito do duelo; fiz-lhe a minha profissão de fé em Roma, lembra-se?

- Contudo, meu caro conde, encontrei-o esta manhã, ainda há pouco, entregue a uma ocupação pouco de harmonia com essa teoria.

- Porque, meu caro amigo, nunca devemos, como deve compreender alhear-nos do meio em que vivemos. Quando vivemos com loucos, devemos aprender a ser também insensatos. De um momento para o outro, qualquer temperamento irascível poderá, sem mais motivo do que querer implicar comigo como o senhor quer implicar com Beauchamp, aproveitar a primeira ninharia para me mandar as suas testemunhas ou insultar-me em público. Nesse caso, não terei outro remédio senão matar o indivíduo dotado desse temperamento irascível...

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 756

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069