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Capítulo 78: Escrevem-nos de Janina

Página 757

- Admite, portanto, que o senhor mesmo se bateria?

- Ora essa!

- Sendo assim, porque quer que eu não me bata?

- Não disse, de modo algum, que se não devia bater; digo apenas que um duelo é coisa grave e em que é preciso pensar.

- E ele pensou antes de insultar o meu pai?

- Se não pensou e lho confessar, não deverá querer-lhe mal por isso.

- Meu caro conde, o senhor é demasiado indulgente!

- E o senhor demasiado rigoroso. Vejamos, supondo... Escute bem isto: supondo... Não se zangará com o que vou dizer?

- Escuto-o.

- Supondo que o caso noticiado era verdadeiro.

- Um filho não deve admitir semelhante suposição sobre a honrado seu pai.

- Meu Deus, estamos numa época em que se admitem tantas coisas!

- Esse é precisamente o vício da época.

- Tem porventura a pretensão de a corrigir?

- Tenho, naquilo que me diz respeito.

- Meu Deus, que rigorista me saiu, meu caro amigo!

- Sou assim.

- É inacessível aos bons conselhos?

- Não, quando vêm de um amigo.

- Considera-me um deles?

- Considero.

- Então, antes de enviar as suas testemunhas a Beauchamp informe-se.

- Junto de quem?

- Ora essa! Junto de Haydée, por exemplo.

- Meter uma mulher em tudo isto... Que pode ela dizer?

- Declarar-lhe que o seu pai nada teve a ver com a derrota ou a morte do dela, por exemplo, ou esclarecê-lo a tal respeito, se por acaso o seu pai tivesse tido a infelicidade...

- Já lhe disse, meu caro conde, que não podia admitir semelhante suposição.

- Recusa portanto este meio?

- Recuso.

- Absolutamente?

- Absolutamente.

- Então, um último conselho.

- Seja, mas o último.

- Não o quer?

- Pelo contrário, peço-lho.

- Não mande testemunhas a Beauchamp.

- Como?

- Vá procurá-lo pessoalmente.

- É contra todos os hábitos.

- O seu caso está fora do que é corrente.

- E porque hei-de ir procurá-lo pessoalmente, não me diz?

- Porque assim o assunto ficará entre o senhor e Beauchamp.

- Explique-se.

- Sem dúvida. Se Beauchamp estiver disposto a retractar-se, deve-se-lhe deixar o mérito da boa vontade: a retractação nem por isso será menos completa. Se, pelo contrário, ele recusar, será então altura de meter dois estranhos no vosso segredo.

- Não serão dois estranhos, serão dois amigos!

- Os amigos de hoje serão os inimigos de amanhã

- Essa agora!

- Prova: Beauchamp

- Assim.

- Assim, recomendo-lhe a prudência.

- Assim, acha que devo ir procurar Beauchamp pessoalmente?

- Acho.

- Sozinho?

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 757

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069