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Capítulo 78: Escrevem-nos de Janina

Página 758

- Sozinho. Quando se quer obter qualquer coisa do amor-próprio de um homem, deve-se salvaguardar o amor-próprio desse homem até da aparência do sofrimento.

- Creio que tem razão.

- Ora ainda bem!

- Irei sozinho.

- Vá. Mas faria ainda melhor se não fosse de todo.

- Impossível.

- Faça portanto assim; sempre será melhor do que o que ia fazer.

- Mas nesse caso, vejamos... se, apesar de todas as minhas precauções, de todos os seus conselhos, tiver um duelo, servir-me-á de testemunha?

- Meu caro visconde - respondeu Monte-Cristo com suprema gravidade -, já teve oportunidade de ver que noutras circunstâncias estive inteiramente à sua disposição; mas o favor que me pede agora sai fora do círculo daqueles que lhe posso prestar.

- Porquê?

- Talvez o saiba um dia...

- Mas entretanto?

- Peço a sua indulgência para o meu segredo.

- Está bem. Recorrerei a Franz e Château-Renaud.

- Sim, peça a Franz e a Château-Renaud. É uma excelente ideia.

- Mas enfim, se me bater, dar-me-á uma liçãozinha de espada ou de pistola?

- Não, é também uma coisa impossível.

- Sempre me saiu um homem deveras singular! Portanto, não se quer meter em nada?

- Absolutamente em nada.

- Nesse caso, nada mais temos a dizer. Adeus, conde.

- Adeus, visconde.

Morcerf pegou no chapéu e saiu.

Encontrou à porta o seu cabriolé e, contendo o melhor possível a sua cólera, fez-se conduzir a casa de Beauchamp. Este estava no jornal.

Albert fez-se conduzir ao jornal.

Beauchamp encontrava-se num gabinete escuro e poeirento, como são habitualmente os gabinetes dos jornais.

Anunciaram-lhe Albert de Morcerf. Fez repetir duas vezes o anúncio. Depois, ainda mal convencido, gritou:

- Entre!

Albert apareceu. Beauchamp soltou uma exclamação ao ver o amigo transpor os montes de papéis e pisar com pé mal exercitado os jornais de todos os formatos que juncavam. não o parque, mas sim o laje do avermelhado do gabinete.

- Por aqui, por aqui, meu caro Albert - disse, estendendo a mão ao jovem. - Que diabo o traz por cá? Perdeu-se, como o Polegarzinho, ou vem muito simplesmente pedir-me almoço? Veja se descobre uma cadeira. Olhe, ali, ao pé daquele gerânio, que, sozinho aqui, me lembra que há no mundo folhas que não são folhas de papel.

- Beauchamp, é do seu jornal que lhe venho falar - disse Albert.

- Você, Morcerf? Que deseja?

- Desejo uma rectificação.

- Você, uma rectificação?... A propósito de quê, Albert? Mas sente-se!

- Obrigado - respondeu Albert pela segunda vez e com um ligeiro aceno de cabeça.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 758

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069