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Capítulo 78: Escrevem-nos de Janina

Página 760

E releu a notícia, desta vez vincando bem cada palavra.

- Mas onde vê você que o Fernand do jornal é o seu pai? - perguntou Beauchamp.

- Em parte alguma, bem sei. Mas outros vê-lo-ão. É por isso que quero que a notícia seja desmentida.

Ao ouvir a palavra quero. Beauchamp ergueu os olhos para Morcerf; baixou-os quase imediatamente e ficou um instante pensativo.

- Desmentirá essa notícia. não é verdade, Beauchamp? – repetiu Morcerf; com uma cólera crescente, embora sempre concentrada.

- Desmentirei - respondeu Beauchamp.

- Até que enfim! -exclamou Albert.

- Mas quando me tiver assegurado de que é falsa.

- Como?!

- Sim, o caso vale a pena ser esclarecido e esclarecê-lo-ei.

- Mas que vê o senhor a esclarecer em tudo isto? - perguntou Albert, fora de si. - Se não acredita que seja o meu pai, diga-o imediatamente; se acredita que seja ele, diga-me em que baseia essa opinião.

Beauchamp olhou Albert com o sorriso que lhe era peculiar e que sabia tomar o cambiante de todas as paixões.

- Senhor - redarguiu -, já que prefere nos tratemos assim, se foi para me pedir justificações que veio, é melhor começar por aí e não me vir falar de amizade e doutras coisas ociosas como as que tenho a paciência de ouvir há meia hora. É este, a partir de agora, o terreno que vamos pisar, garanto-lhe! Ora não querem lá ver!...

- Juro-lhe que se arrependerá se não desmentir a infame calúnia!

- Um momento! Nada de ameaças, por favor, Sr. Albert Mondego, visconde de Morcerf. Não as tolero aos meus inimigos e com mais forte razão aos meus amigos. Portanto, quer que desminta a notícia sobre o coronel Fernand, notícia em que não tive, pela minha honra, qualquer interferência?

- Sim, senhor, é o que quero! - replicou Albert, que já não sabia onde tinha a cabeça.

- Sem o que nos bateremos? - continuou Beauchamp com a mesma calma.

- Exacto - respondeu Albert, erguendo a voz.

- Pois então, meu caro senhor, aqui tem a minha resposta - disse Beauchamp. - Essa notícia não foi publicada por mim, nem sequer a conhecia. Mas o senhor, com a sua diligência junto de mim, chamou-me a atenção para ela e já a não largo. E a notícia subsistirá até que seja desmentida ou confirmada por quem de direito.

- Senhor - disse Albert, levantando-se -, vou portanto ter a honra de lhe enviar as minhas testemunhas. Discutirá com elas o local e as armas.

- Perfeitamente, meu caro senhor.

- E esta tarde, se fizer favor, ou amanhã, o mais tardar, bater-nos-emos.

- Não, isso não! Estarei no terreno na altura própria, e na minha opinião (tenho o direito de a ter, pois sou o provocado), e na minha opinião, repito, essa altura ainda não chegou.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 760

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069