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Capítulo 78: Escrevem-nos de Janina

Página 759

- Explique-se.

- Uma rectificação a respeito de um facto que atinge a honra de um membro da minha família.

- Que me diz? - perguntou Beauchamp, surpreendido. - Qual facto? É impossível.

- O facto de que lhes deram notícia de Janina.

- De Janina?

- Sim, de Janina. Realmente, você tem o ar de ignorar o que cá me trouxe...

- Pela minha honra. Baptiste! Um jornal de ontem! – gritou Beauchamp

- É inútil, trago-lhe o meu.

Beauchamp leu entre dentes: -«Escrevem-nos de Janina », etc…

- Como deve compreender, o caso é grave - disse Morcerf; quando Beauchamp terminou.

- Este oficial é seu parente? - perguntou o jornalista.

- É - respondeu Albert, corando.

- Que quer que faça para lhe ser agradável? – inquiriu Beauchamp delicadamente.

- Gostaria, meu caro Beauchamp, que corrigissem essa notícia.

Beauchamp olhou Albert com uma atenção que denotava, sem dúvida nenhuma, indulgência.

- Vejamos - disse por fim -, isto é caso para nos embrenharmos numa longa conversa. Porque uma retractação é sempre uma coisa grave. Sente-se. Vou reler estas três ou quatro linhas.

Albert sentou-se e Beauchamp releu as linhas incriminadas pelo amigo com mais atenção do que da primeira vez.

- Como vê - disse Albert com firmeza, com rudeza mesmo -, insultaram no seu jornal alguém da minha família e eu quero uma retractação.

- O senhor... quer...

- Sim, quero!

- Permita-me que lhe diga que não está com meias medidas, meu caro visconde...

- Nem quero estar - replicou o jovem, levantando-se. Pretendo a retractação de um facto que o seu jornal publicou ontem e obtê-la-ei. O senhor é suficientemente meu amigo - continuou Albert, com os lábios apertados vendo que, pelo seu lado, Beauchamp começava a levantar a cabeça desdenhosa -, o senhor é suficientemente meu amigo e, como tal, conhece-me o suficiente, suponho, para compreender a minha tenacidade em tais circunstâncias.

- Se sou seu amigo, Morcerf, acabará por mo fazer esquecer com palavras idênticas às de há pouco... Mas vejamos, não nos zanguemos, ou pelo menos não nos zanguemos ainda... Você está inquieto, irritado, furioso... Vejamos, qual é esse parente que se chama Fernand?

- É o meu pai, muito simplesmente - respondeu Albert. - O Sr. Fernand Mondego, conde de Morcerf; um velho militar que viu vinte campos de batalha e a quem querem cobrir as nobres cicatrizes com a lama nojenta apanhada da valeta.

- É o seu pai? - repetiu Beauchamp. - Então, é outra coisa. Compreendo a sua indignação, meu caro Albert... Mas tornemos a ler...

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 759

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069