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Capítulo 79: A limonada

Página 764
O que faltava na garrafa fora bebido meia hora antes por Noirtier.

- Vamos, meu bom Barrois, bebe, pois bem vejo que não tiras os olhos da garrafa - disse a jovem.

- De facto - confessou Barrois -, morro de sede e beberei de boa vontade um copo de limonada à sua saúde...

- Bebe então e volta depressa - disse Valentine.

Barrois levou a bandeja e mal chegou ao corredor, viram-no, através da porta que se esquecera de fechar, inclinar a cabeça para trás e despejar o copo que Valentine enchera.

Valentine e Morrel despediam-se na presença de Noirtier quando ouviram a campainha tocar na escada de Villefort.

Era o sinal de uma visita. Valentine olhou para o relógio.

- É meio-dia e hoje é sábado - disse. - É sem dúvida o médico.

Noirtier fez sinal de que, de facto, devia ser ele.

- Como vem cá, é melhor que o Sr. Morrel saia, não é verdade, avô?

- Sim - respondeu o velho.

- Barrois! - chamou Valentine. - Barrois, vem cá!

Ouviu-se a voz do velho criado responder.

- Vou já, menina.

- Barrois vai acompanhá-lo até à porta - disse Valentine a Morrel. - E agora lembre-se de uma coisa, senhor oficial: que o meu avô lhe recomenda que não arrisque nenhum passo capaz de comprometer a nossa felicidade.

- Prometi esperar e esperarei - respondeu Morrel.

Neste momento, Barrois entrou.

- Quem tocou? - perguntou Valentine.

- O Sr. Dr. de Avrigny - respondeu Barrois, cambaleando.

- Que tens tu, Barrois? - perguntou Valentine.

O velho não respondeu. Olhava o amo com olhos esgazeados, enquanto com a mão crispada procurava um apoio para permanecerde pé.

- Mas ele vai cair! - gritou Morrel.

Efectivamente, a tremura que se apoderara de Barrois aumentava de momento a momento, e o seu rosto, alterado pelos movimentos convulsivos dos músculos faciais, denotava um ataque nervoso dos mais intensos.

Ao ver Barrois assim perturbado, Noirtier multiplicava os seus olhares, nos quais transpareciam, inteligíveis e palpitantes, todas as emoções que agitam o coração do homem.

Barrois deu alguns passos para o amo.

- Meu Deus, meu Deus! Senhor, que tenho eu?... - disse. - Sofro... não posso mais. Mil agulhas de fogo espicaçam-me o crânio... Oh, não me toquem, não me toquem!

Com efeito, os olhos tornavam-se-lhe salientes e desvairados ea cabeça pendia-lhe para trás, enquanto o resto do corpo se retesava.

Apavorada, Valentine soltou um grito. Morrel tomou-a nos braços como que para a defender de qualquer perigo desconhecido

- Sr. de Avrigny! Sr. de Avrigny! - gritou Valentine em voz sufocada. - Venha! Socorro!

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 764

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069