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Capítulo 81: O quarto do padeiro reformado

Página 788

- Que farei? Lembrar-me-ei dos amigos, só te digo isto...

- Sim, e como tens boa memória, não te esquecerás de ninguém...

- Que queres tu? Espero que não me esfoles...

- Eu? Que ideia! Eu que, pelo contrário, te vou dar ainda um conselho de amigo.

- Qual?

- Que deixes aqui o diamante que trazes no dedo. Mas então tu queres que nos prendam? É para nos perderes aos dois que fazes semelhantes burrices?

- Porque dizes isso? - perguntou Andrea.

- Como vestes uma libré, disfarças-te de criado e conservas no dedo um diamante de quatro a cinco mil francos?!

- Apre, tens olho para avaliações! Porque não te fazes leiloeiro?

- Percebo de diamantes. Já os tive.

- Aconselho-te a não te gabares disso - recomendou-lhe Andrea, que, sem se zangar, como receava Caderousse, por causa da nova extorsão, lhe entregou complacentemente o anel.

Caderousse examinou-o tão de perto que foi evidente para Andrea que examinava se as arestas do corte estavam bem vivas.

- É um diamante falso - disse Caderousse.

- Que é isso agora? - saltou Andrea. - Estás a brincar?...

- Oh, não te zangues! Podemos verificar...

E Caderousse chegou-se à janela e fez deslizar o diamante na vidraça. Ouviu-se o vidro ranger.

- Confiteor! - declarou, metendo o diamante no dedo mínimo.

- Enganei-me. Mas esses gatunos dos joalheiros imitam tão bem as pedras que já ninguém se atreve a roubar nas joalharias, mais um ramo de indústria em crise.

- E agora, acabou-se? Tens mais alguma coisa a pedir-me? Queres o meu casaco? Queres o meu barrete? Não te acanhes, aproveita enquanto me não vou embora...

- Não quero mais nada. No fundo, és um bom companheiro. Não te demoro mais e procurarei curar-me da minha ambição.

- Mas toma cautela, não vá, ao venderes o diamante, acontecer-te o que receavas que te acontecesse com o ouro.

- Não o venderei, podes ficar descansado.

«Pois não, pelo menos daqui até depois de amanhã», pensou o rapaz.

- Feliz tratante! - exclamou Caderousse. - Vais daqui reencontrar os teus lacaios, os teus cavalos, a tua carruagem e a tua noiva.

- Claro - respondeu Andrea.

- Olha lá, espero que me dês um lindo presente de noivado no dia em que casares com a filha do meu amigo Danglars.

- Já te disse que isso foi uma ideia que se te meteu na cabeça.

- Quanto de dote?

- Mas se te repito...

- Um milhão?

Andrea encolheu os ombros.

- Assentemos num milhão - disse Caderousse. - Nunca terás tanto quanto te desejo.

- Obrigado - respondeu o rapaz.

- Oh, é de boa vontade! - acrescentou Caderousse, com o seu riso grosseiro. - Espera que eu acompanho-te.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 788

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069