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Capítulo 11: O papão da Córsega

Página 81

Nessa mesma manhã fora procurado por um homem desconhecido quelhe marcara encontro na Rua Saint-Jacques. Infelizmente, ocriado de quarto do general, que o penteava no momento em que o desconhecido foi introduzido no gabinete, ouviu-o perfeitamente indicar a Rua Saint-Jacques, mas não fixou o número à medida que o ministro da Polícia dava ao rei Luís XVIII estas informações, Villefort, que parecia suspenso dos seus lábios, corava e empalidecia.

O rei virou-se para ele.

- Não lhe parece, como a mim, Sr. de Villefort, que o general Quesnel, que se poderia crer ligado ao usurpador, mas que na realidade me pertencia de corpo e alma, foi vítima de uma cilada bonapartista? -é provável, Sire - respondeu Villefort. - Mas não se sabe mais nada? - Estamos na pista do homem que marcou o encontro.

- Na sua pista? - repetiu Villefort

- Sim. O criado deu os seus sinais. E um homem de cinquenta a cinquenta e dois anos, moreno, de olhos negros cobertos de sobrancelhas espessas e bigode. Envergava sobrecasaca azul e usava na lapela uma roseta de oficial da Legião de Honra.

Ontem seguiu-se um indivíduo cujos sinais correspondiam exatamente aos que acabo de dar, mas desapareceu à esquina da Rua da Jussienne com a do Coq- Héron

Villefort apoiara-se nas costas de uma poltrona. Porque à medida que o ministro da Polícia falava sentia as pernas faltarem-lhe debaixo do corpo. Mas quando viu que o homem escapara à perseguição do agente que o seguia, respirou.

- Procure esse homem, senhor - disse o rei ao ministro da Polícia. - Porque se, como tudo me leva a crer, o general Quesnel, que nos seria tão útil neste momento, foi vítima de um assassino, bonapartista ou não, quero que os seus assassinos sejam cruelmente punidos.

Villefort necessitou de todo o seu sangue-frio para não deixar transparecer o terror que lhe inspirava a recomendação do rei

- Coisa estranha! - continuou o monarca com um gesto de humor. - A Polícia julga ter dito tudo quando diz: «Cometeu-se um assassínio.» E tudo ter feito quando acrescenta: «Estamos na pista dos culpados.» - Sire, pelo menos nesse caso Vossa Majestade ficará satisfeito, assim espero.

- Veremos. Não o retenho mais tempo, barão. Sr. de Villefort, deve estar cansado dessa longa viagem; vá descansar.

Instalou-se com certeza em casa de seu pai? Uma sombra passou pelos olhos de Villefort

- Não, Sire - respondeu. - Hospedei-me no Hotel de Madrid, na Rua de Tournon

- Mas viu-o? - Sire, a primeira coisa que fiz foi dirigir-me a casa do Sr.

Duque de Blacas.

- Mas vê-lo-á, ao menos? - Não o penso, Sire.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 81

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069