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Capítulo 11: O papão da Córsega

Página 82

- Ah, é justo! - exclamou Luís XVIII, sorrindo de maneira que demonstrava que todas estas perguntas reiteradas não tinham sido feitas sem intenção. - Esquecia-me de que o senhor não está de boas relações com o Sr. Noirtier. Trata-se de um novo sacrifício feito à causa monárquica de que devo recompensá-lo.

- Sire, a bondade que Vossa Majestade me testemunha é recompensa que ultrapassa tanto todas as minhas ambições que não tenho mais nada a pedir ao rei

- Não importa, senhor, e não o esqueceremos, esteja tranquilo. Entretanto - o rei tirou a cruz da Legião de Honra que usava habitualmente na casaca azul, junto da cruz de S. Luís e por cima da placa da Ordem de Nossa Senhora do Monte Carmelo e de S. Lázaro e entregou-a a Villefort -, entretanto tome esta cruz.

- Sire - observou Villefort -, Vossa Majestade engana-se, essa cruz é a de oficial.

- É verdade, senhor - disse Luís XVIII -, mas mesmo assim aceite-a. Não tenho tempo para mandar vir outra. Blacas, não se esqueça de providenciar para que seja passado o alvará ao Sr. de Villefort

Os olhos de Villefort cobriram-se de lágrimas de orgulhosa alegria. Pegou na cruz e beijou-a.

- E agora - perguntou - quais são as ordens que me faz a honra de me dar Vossa Majestade?

- Descanse o tempo que precisar e lembre-se de que sem força em Paris para me servir me poderá ser da maior utilidade em Marselha.

- Sire - respondeu Villefort inclinando-se -, deixarei Paris dentro de uma hora.

- Vá, senhor - disse o rei -, e se o esquecer (a memória dos reis é curta) não receie fazer-se-me lembrado... Sr. Barão, mande procurar o ministro da Querra. Blacas, fique.

- Ah, senhor - disse o ministro da Polícia a Villefort à saída das Tulherias -, entrou com o pé direito, tem a sua fortuna feita! - Por muito tempo? - murmurou Villefort, despedindo-se do ministro, cuja carreira terminara, e procurando com a vista uma carruagem para regressar a casa.

Passava um fiacre no cais. Villefort fez-lhe sinal e o fiacre aproximou-se. Villefort deu o seu endereço, atirou-se para o fundo da carruagem e deu largas aos seus sonhos de ambição.

Dez minutos depois estava em casa. Mandou preparar os cavalos para dali a duas horas e ordenou que lhe servissem o pequeno-almoço.

Ia sentar-se à mesa quando a campainha da porta da rua tocou, acionada por uma mão franca e firme. O criado de quarto foi abrir e Villefort ouviu uma voz pronunciar o seu nome.

«Quem poderá já saber que estou cá?», interrogou-se o jovem.

Neste momento o criado de quarto voltou a entrar.

- Então - perguntou Villefort -, quem era? Quem tocou? Quem procura por mim?

- Um desconhecido que não quer dizer o seu nome.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 82

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069