Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 85: A viagem

Página 815

- À Normandia, se está de acordo.

- Inteiramente. Mas ficamos apenas no campo, não é verdade? Nada de sociedade, nada de vizinhos?

- O nosso único convívio será com cavalos para correr, cães para caçar e um barco para pescar, mais nada.

- É o que desejo. Vou prevenir a minha mãe e depois estou às suas ordens.

- Mas permitir-lhe-ão?... - perguntou Monte-Cristo.

- O quê?

- Ir à Normandia.

- A mim? Porventura não sou livre?

- De ir aonde quiser sozinho, sei bem que é, uma vez que o encontrei a vaguear pela Itália...

- E então?

- Mas de vir com o homem que se chama conde de Monte-Cristo...

- Tem fraca memória, conde.

- Que quer dizer?

- Não lhe disse já toda a simpatia que a minha mãe tinha pelo senhor?

- A mulher varia com frequência, disse Francisco I; a mulher é como as ondas, disse Shakespeare: um era um grande rei e o outro um grande poeta, e ambos deviam conhecer a mulher.

- Sim, a mulher. Mas a minha mãe não é a mulher, é uma mulher.

- Permite a um pobre estrangeiro não compreender perfeitamente todas as subtilezas da sua língua?

- Quero dizer que a minha mãe é avara dos seus sentimentos, mas quando os concede é para sempre.

- Deveras? - redarguiu, suspirando, Monte-Cristo. - E acha que ela me deu a honra de me conceder qualquer sentimento que não seja a mais completa indiferença?

- Ouça, já lho disse uma vez e repito-lhe: é necessário que o senhor seja realmente um homem muito estranho e muito superior para...

- Sim?...

- Sim. Porque a minha mãe deixou-se prender, não direi pela curiosidade, mas sim pelo interesse que o senhor inspira. Quando estamos sós, apenas conversamos a seu respeito.

- E ela disse-lhe que desconfiasse deste Manfredo?

- Pelo contrário, disse-me: «Albert, creio o conde um nobre carácter; procura fazer-te estimar por ele.»

Monte-Cristo virou os olhos e suspirou.

- Deveras?

- Portanto, como deve compreender - continuou Albert -, em vez de se opor à minha viagem, aprová-la-á de todo o seu coração, visto estar de acordo com as recomendações que me faz diariamente.

- Vá, então disse Monte-Cristo. Até logo. Esteja aqui às cinco horas. Chegaremos ao nosso destino por volta da meia-noite ou da uma hora.

- Como, a Tréport?!...

- A Tréport ou aos arredores.

- Só precisamos de oito horas para percorrer quarenta e oito léguas?

- E ainda é muito - respondeu Monte-Cristo.

- Decididamente, o senhor é o homem dos prodígios, e consegue não só ultrapassar o comboio, o que não é muito difícil, sobretudo em França, mas também o próprio telégrafo.

<< Página Anterior

pág. 815 (Capítulo 85)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 815

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069