Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 85: A viagem

Página 820

Regressou à sala onde deixara Monte-Cristo.

Já não era o mesmo homem; cinco minutos tinham bastado para operar em Albert uma triste metamorfose. saíra no seu estado habitual e regressava com a voz alterada, o rosto sulcado por rugas febris, os olhos brilhantes sob as pálpebras arroxeadas e o passo cambaleante como o de um ébrio.

- Conde, obrigado pela sua boa hospitalidade, que gostaria de desfrutar mais tempo, mas tenho de regressar a Paris.

- Que aconteceu?

- Uma grande desgraça. Mas permita-me que parta; trata-se de uma coisa muito mais preciosa do que a minha vida. Nada de perguntas, conde, suplico-lhe; arranje-me antes um cavalo!

- As minhas cavalariças estão ao seu dispor, visconde - respondeu Monte-Cristo. - Mas vai matar-se de fadiga fazendo a viagem a cavalo. Tome uma caleça, um cupé, qualquer carruagem.

- Não, isso demoraria muito tempo. Além disso, necessito dessa fadiga que receia por mim; far-me-á bem.

Albert deu alguns passos girando sobre si mesmo, e, homem atingido por uma bala, e foi cair numa cadeira junto da porta. Monte-Cristo não viu esta segunda fraqueza. Estava à janela e gritava:

- Ali, um cavalo para o Sr. de Morcerf! Depressa! Ele tem de partir com urgência.

Estas palavras deram nova vida a Albert, que correu para fora da sala. O conde seguiu-o.

- Obrigado! - murmurou o rapaz depois de montar. - Regressa o mais depressa que puderes, Florentin. Há alguma senha combinada para que me dêem os cavalos?

- Basta apenas entregar o que monta e selam-lhe imediatamente outro.

Albert ia esporear a montada, mas deteve-se.

- Talvez ache a minha partida estranha, insensata - disse. - Não imagina como umas linhas escritas num jornal podem causar o desespero de um homem... Pois bem - acrescentou, atirando-lhe o jornal -, leia isto, mas só depois de eu partir, para não me ver corar.

E enquanto o conde apanhava o jornal, cravou as esporas que acabava de colocar nas botas no ventre do cavalo, o qual, surpreendido que existisse um cavaleiro que julgasse necessitar em relação a ele de semelhante estímulo, partiu como um dardo de arbaleta.

<< Página Anterior

pág. 820 (Capítulo 85)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 820

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069