Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 87: A provocação

Página 835
Agora repito-lhe, Beauchamp, tenho de reentrar na vida humana e material, e se é ainda meu amigo como diz, ajude-me a encontrar a mão que desferiu o golpe.

- Seja! - respondeu Beauchamp. - Se quer absolutamente que desça à terra, descerei; se quer ir em busca de um inimigo, irei consigo. E encontrá-lo-ei, porque a minha honra tem quase tanto interesse como a sua em que o encontremos.

- Nesse caso, Beauchamp, comecemos agora mesmo, sem demora, as nossas investigações. Cada minuto de espera é uma eternidade para mim. O denunciante ainda não foi punido e pode portanto esperar não o ser. Mas, pela minha honra, se o espera, engana-se!

- Escute o que lhe vou dizer, Morcerf:

- Ah, Beauchamp, vejo que sabe alguma coisa!... Isso é o mesmo que restituir-me a vida.

- Não garanto que seja verdade, Albert, mas é pelo menos uma luz na noite. Seguindo essa luz, talvez ela nos conduza ao objectivo.

- Diga! Bem vê que ardo de impaciência.

- Pois bem, vou-lhe contar o que lhe não quis dizer no regresso de Janina.

- Fale.

- Eis o que se passou, Albert: muito naturalmente, procurei o primeiro banqueiro da cidade para obter informações. Mal me referi ao caso, ainda antes do nome do seu pai ser pronunciado, disse-me ele:

»- Ah, muito bem, adivinho o que o traz por cá!...

»- Como assim? Porquê?

»- Porque apenas há quinze dias fui interrogado sobre o mesmo assunto.

»- Por quem?

»- Por um banqueiro de Paris, meu correspondente.

»- Chamado?

»- Sr. Danglars.»

- Ele! - exclamou Albert. - Com efeito, é ele que há muito tempo persegue o meu pobre pai com o seu ódio invejoso; ele, o homem pretensamente popular, que não pode perdoar ao conde de Morcerf ser par de França. E, veja, aquele rompimento de casamento sem motivo declarado... Sim, é isso!

- Informe-se, Albert, mas não perca a cabeça antecipadamente. Informe-se, repito-lhe, e se for verdade...

- Oh, sim, se for verdade... pagar-me-á tudo o que tenho sofrido! - exclamou o jovem.

- Cautela, Morcerf, lembre-se de que é um homem já velho.

- Olharei à sua idade tanto como ele olhou à honra da minha família. Se queria mal ao meu pai, porque não o atacou cara a cara? Oh, não, ele tem medo de se encontrar diante de um homem!

- Albert, não o condeno, estou apenas a aconselhá-lo: ande com prudência.

- Oh, não tenha medo! De resto, acompanhar-me-á, Beauchamp. As coisas solenes devem ser tratadas diante de testemunhas. Antes do fim deste dia, se o Sr. Danglars for culpado, o Sr. Danglars deixará de viver ou eu estarei morto. Por Deus, Beauchamp, quero fazer um lindo funeral à minha honra!

<< Página Anterior

pág. 835 (Capítulo 87)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 835

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069