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Capítulo 87: A provocação

Página 836

- Sendo assim, quando se tomam semelhantes resoluções, Albert, é necessário pô-las imediatamente em prática. Quer ir a casa do Sr. Danglars? A caminho.

Mandaram chamar um cabriolé de praça. Quando entraram no palácio do banqueiro, viram o fáeton e o criado do Sr. Andrea Cavalcanti à porta.

- Calha bem - declarou Albert com voz sombria. - Se o Sr. Danglars não se quiser bater comigo, matar-lhe-ei o genro. Decerto um Cavalcanti não recusará bater-se...

Anunciaram o jovem ao banqueiro, o qual, ao ouvir o nome de Albert e sabendo o que se passara na véspera, recusou recebê-lo. Mas era demasiado tarde, pois o jovem seguira o lacaio e, ao ouvir a ordem dada, forçou a entrada, seguido de Beauchamp, até ao gabinete do banqueiro.

- Que é isto?! - protestou este. - Já não sou senhor de receber em minha casa quem quero e de não receber quem não quero? Parece-me que o esquece, estranhamente...

- Não, senhor - redarguiu Albert com frieza. - Mas há circunstâncias, e o senhor encontra-se numa delas, em que devemos, a não ser que sejamos cobardes, e não tenho dúvida em oferecer-lhe esse refúgio, estar em casa pelo menos para certas pessoas.

- Mas que me quer o senhor?

- Quero - respondeu Morcerf, aproximando-se sem parecer reparar em Cavalcanti, que estava encostado à chaminé -, quero propor-lhe um encontro num canto discreto, onde ninguém nos incomodará durante dez minutos... Não lhe peço mais. Onde, enfim, depois do encontro, desses dois homens um deles ficará caído no chão...

Danglars empalideceu e Cavalcanti fez um movimento.

Então, Albert virou-se para o rapaz e disse:

- Oh, meu Deus, também pode ir, se quiser, Sr. Conde! Tem o direito de lá estar, visto ser quase da família, e eu concedo encontros destes a tantas pessoas quantas os quiserem aceitar.

Cavalcanti olhou com ar estupefacto para Danglars, o qual, fazendo um esforço, se levantou e foi colocar entre os dois jovens. O ataque de Albert a Andrea acabava de o colocar noutro terreno e por isso esperava que a visita de Albert tivesse causa diferente da que supusera de início.

- Então, senhor - disse a Albert -, se vem aqui provocar este senhor porque o preferi a si, previno-o de que apresentarei queixa ao procurador régio.

- Engana-se, senhor - redarguiu Morcerf com um sorriso sombrio -, não me refiro de modo nenhum a esse casamento e só me dirijo ao Sr. Cavalcanti porque me pareceu que teve por momentos a intenção de intervir na nossa discussão. Mas no fundo, o senhor tem razão: de facto, hoje procuro questionar com toda a gente. Esteja porém tranquilo, Sr. Danglars, porque a prioridade pertence-lhe.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 836

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069