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Capítulo 12: Pai e Filho

Página 86

- Só tem consigo alguns homens e mandarão exércitos contra ele.

- Que o escoltarão para entrar na capital. Na verdade, meu caro Gérard, não passas ainda de uma criança. Vocês julgam-se bem informados porque um telégrafo lhes disse, três dias depois do desembarque: «O usurpador desembarcou em Cannes com alguns homens; vamos em sua perseguição.» Mas onde está ele? Que faz? A esse respeito vocês não sabem nada. Perseguem-no, é tudo o que sabem. Pois persegui-lo-ão assim até Paris sem queimar uma escorva.

- Grenoble e Lião são cidades fiéis e que lhe oporão uma barreira intransponível.

- Grenoble abrir-lhe-á as portas com entusiasmo e Lião em peso irá ao seu encontro. Acredita-me, estamos tão bem informados como vocês e a nossa polícia vale bem a vossa. Queres uma prova? Vocês quiseram esconder-me a tua viagem e no entanto soube da tua chegada cerca de meia hora depois de transpores a barreira. Não deste o teu endereço a ninguém, excepto ao teu postilhão, e como vês sabia onde encontrar-te, e a prova disso é que chego a tua casa precisamente no momento em que vais sentar-te à mesa. Toca, pois, e pede segundo talher; comeremos juntos.

- Com efeito - respondeu Villefort, olhando o pai com surpresa -, com efeito parece-me muito bem informado.

- Mas, meu Deus, não há nada mais simples! Vocês, que detêm o poder, só dispõem dos meios que proporciona o dinheiro; nós, que o esperamos, só temos aqueles que proporciona a dedicação.

- A dedicação? - disse Villefort, rindo.

- Sim, a dedicação. É assim que se chama, em termos honestos, a ambição que espera.

E o pai de Villefort estendeu pessoalmente a mão para o cordão da campainha, a fim de chamar o criado que o filho se não resolvia a chamar.

Villefort deteve-lhe o braço.

- Espere meu pai - disse o jovem. - Mais uma palavra.

- Diz.

- Por muito incompetente que seja a Polícia monárquica, sabe no entanto uma coisa terrível.

- Qual?

- Os sinais do homem que na manhã do dia em que desapareceu o general Quesnel se apresentou em sua casa.

- Ah! Ela sabe isso, essa excelente Polícia? E quais são esses sinais?

- Tez morena, cabelo, suíças e olhos negros, sobrecasaca azul abotoada até ao queixo, roseta de oficial da Legião de Honra na lapela, chapéu de abas largas e bengala de bambu.

- Ah, ah! Ela sabe isso? - comentou Noirtier. - Então por que motivo não deitou a mão a esse homem?

- Porque o perdeu de vista ontem ou anteontem à esquina da Rua Coq- Héron

- Bem te dizia que a vossa Polícia é estúpida.

- Sim, mas pode encontrá-lo de um momento para o outro.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 86

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069