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Capítulo 93: Valentine

Página 883

- Mas então toda essa vergonha do pai recai sobre o filho? - perguntou timidamente Valentine. - O Sr. Albert parece-me completamente inocente de todas essas traições do general.

- Perdão, querida amiga - atalhou a implacável Eugénie mas o Sr. Albert reclamou e merece a sua parte nessas traições.

Parece que depois de ter provocado ontem o Sr. de Monte-Cristo na ópera lhe apresentou hoje desculpas no campo da honra.

- Impossível! - exclamou a Sr.ª de Villefort.

- Ah, querida amiga - interveio a Sr.ª Danglars com a mesma ingenuidade que já lhe apontamos -, é absolutamente verdade! Soube-o pelo Sr. Debray, que assistiu à explicação.

Valentine também conhecia a verdade, mas não se pronunciou.

Atraída por uma palavra às suas recordações, encontrava-se em pensamento no quarto de Noirtier, onde a esperava Maximilien.

Absorta nessa espécie de contemplação íntima, Valentine havia um instante que deixara de tomar parte na conversa; ser-lhe-ia até impossível repetir o que fora dito nos últimos minutos, quando de súbito a mão da Sr.ª Danglars, apoiando-se no seu braço, a tirou do seu devaneio.

- Que disse, minha senhora? - perguntou Valentine, estremecendo ao contacto dos dedos da Sr.ª Danglars como estremeceria a um contacto eléctrico.

- Disse, minha querida Valentine, que decerto não está bem...

- Eu? - redarguiu a jovem, passando a mão pela testa escaldante.

- Sim. Veja-se naquele espelho. Corou e empalideceu sucessivamente três ou quatro vezes no espaço de um minuto.

- De facto, estás muito pálida! - exclamou Eugénie.

- Oh, não te preocupes, Eugénie! Ando assim há uns dias.

E por menos experiente que fosse, a jovem compreendeu que era ocasião de sair. Aliás, a Sr.ª de Villefort veio em seu auxílio.

- Retire-se, Valentine - disse. - Está realmente doente e estas senhoras dignar-se-ão desculpá-la. Beba um copo de água pura e ficará melhor.

Valentine beijou Eugénie, cumprimentou a Sr.ª Danglars, já levantada para se retirar, e saiu.

- Esta pobre criança - disse a Sr.ª de Villefort depois de Valentine sair - preocupa-me seriamente e não me admiraria nada se lhe acontecesse algum acidente grave.

Entretanto, Valentine, numa espécie de exaltação de que se não dava conta, atravessara o quarto de Édouard sem responder a não sei que travessura do garoto e, através do seu quarto, chegara à escadinha. Descera todos os degraus, excepto os três últimos, e ouvia já a voz de Morrel quando de súbito lhe passou uma nuvem pelos olhos, o seu pé hirto falhou o degrau, as suas mãos não tiveram força para se agarrar ao corrimão e, roçando pela parede, rolou, mais do que desceu, do cimo dos três últimos degraus.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 883

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069