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Capítulo 94: A confissão

Página 893

- Não - respondeu o inválido com um ar de triunfo capaz de desorientar todas as conjecturas do mais hábil adivinho.

- Então tem esperança? - perguntou Avrigny com surpresa.

- Tenho.

- Em quê?

O velho deu a entender com os olhos que não podia responder.

- Ah, sim, é verdade! - murmurou Avrigny.

Depois, dirigindo-se a Noirtier, perguntou:

- Tem esperança em que o assassino se canse?

- Não.

- Então que o veneno não produza efeito em Valentine?

- Sim.

- Porque não lhe dou nenhuma novidade dizendo-lhe que tentaram envenenar Valentine, não é verdade? - acrescentou Avrigny.

O velho fez sinal com os olhos de que não tinha qualquer dúvida a tal respeito.

- Então como espera que Valentine se salve?

Noirtier manteve obstinadamente os olhos fixos no mesmo sítio.

Avrigny seguiu-lhe a direcção do olhar e viu que incidia numa garrafa que continha a poção que lhe davam todas as manhãs.

- Ah, ah! - exclamou Avrigny, assaltado por uma ideia súbita.

- Ter-se-á o senhor lembrado...

Noirtier não o deixou terminar.

- Sim - respondeu.

-... de a imunizar contra o veneno?...

- Sim.

- Habituando-a pouco a pouco...

- Sim, sim, sim - respondeu Noirtier, encantado por ser compreendido.

- Com efeito, ouviu-me dizer que nas poções que lhe dou entrava a brucina, não é verdade?

- É.

- E habituando-a a esse veneno quis neutralizar os efeitos doutro?

A mesma alegria triunfante de Noirtier.

- E conseguiu-o, sem dúvida nenhuma! - exclamou Avrigny. – Sem essa precaução, Valentine seria morta hoje, morta sem socorro possível, morta sem misericórdia. O abalo foi violento, mas não passou disso, e pelo menos desta vez Valentine não morrerá.

Uma alegria sobre-humana enchia os olhos do velho, erguidos ao céu com uma expressão de infinito reconhecimento.

Neste momento, Villefort entrou.

- Pronto, doutor, aqui tem o que me pediu.

- Esta poção foi preparada na sua presença?

- Foi - respondeu o procurador régio.

- E não saiu das suas mãos?

- Não.

Avrigny pegou na garrafa, deitou algumas gotas da beberagem que ela continha na palma da mão e engoliu-as.

- Bem - disse -, subamos ao quarto de Valentine, onde darei as minhas instruções a toda a gente, e o senhor velará pessoalmente, Sr. de Villefort, para que ninguém se afaste delas.

No momento em que Avrigny entrava no quarto de Valentine acompanhado de Villefort, um padre italiano, de aspecto severo e palavras calmas e decididas, alugava para sua habitação a casa contígua ao palácio habitado pelo Sr. de Villefort.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 893

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069