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Capítulo 96: O contrato

Página 906

- Não me diga! - exclamou Andrea, decepcionado. - Mas então que fazer?

- Como o senhor mesmo acaba de dizer, tem centenas de amigos...

- De acordo, mas foi o senhor que me apresentou em casa do Sr. Danglars.

- Alto! Reponhamos os factos em toda a sua verdade: fui eu que contribuí para que o senhor jantasse com ele em Auteuil, mas foi o senhor que se apresentou pessoalmente. Diabo, é muito diferente!

- Pois sim, mas o meu casamento... o senhor ajudou.

- Eu? Em coisíssima nenhuma, peço-lhe que acredite. Lembre-se do que lhe respondi quando veio solicitar-me que fizesse o pedido: «Oh, nunca me meto em casamentos, meu caro príncipe, é um princípio arraigado em mim!»

Andrea mordeu os lábios.

- Mas, enfim, ao menos assistirá? - perguntou.

- Toda a sociedade parisiense estará presente?

- Com certeza!

- Nesse caso, lá estarei, como toda a sociedade parisiense.

- Assinará o contrato?

- Não vejo nisso nenhum inconveniente. Os meus escrúpulos não vão tão longe.

- Enfim, uma vez que me não quer conceder mais, devo contentar-me com o que me dá. Só mais uma palavra, conde.

- Por que não?

- Um conselho.

- Cautela, um conselho é pior do que um favor.

- Oh, este pode dar-mo sem se comprometer!

- Diga.

- O dote da minha mulher é de quinhentas mil libras.

- Foi a importância que o Sr. Danglars me anunciou a mim mesmo.

- Devo recebê-lo ou deixá-lo nas mãos do notário?

- Vejamos como geralmente se passam as coisas quando se quer que se passem elegantemente: os dois notários combinam encontrar-se no dia seguinte ou dois dias depois do contrato; no dia seguinte ou dois dias depois trocam os dotes, de que se dão mutuamente recibo; uma vez o casamento realizado, põem os milhões à sua disposição, como cabeça de casal.

- É que - disse Andrea, com certa inquietação mal dissimulada -creio ter ouvido dizer ao meu sogro que tinha a intenção de colocar os nossos fundos nesse famoso negócio ferroviário de que o senhor me falava há pouco.

- Mas isso, segundo toda a gente afirma - respondeu Monte-Cristo -, é um meio de os seus capitais triplicarem num ano. O Sr. Barão Danglars é bom pai e sabe contar.

- Nesse caso - disse Andrea - tudo vai bem, excepto a sua recusa, que me causa um grande desgosto.

- Atribua-a apenas a escrúpulos muito naturais em semelhantes circunstâncias.

- Perfeitamente. Seja como quer. Até logo, às nove horas.

- Até logo.

E, apesar de uma leve resistência de Monte-Cristo, cujos lábios empalideceram, mas que no entanto conservou o seu sorriso de cerimónia, Andrea pegou na mão do conde, apertou-a, saltou para o seu fáeton e desapareceu.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 906

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069