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Capítulo 96: O contrato

Página 905
Dois dos meus amigos, Lorde Wilmore e o abade Busoni. Quem me encorajou, não a servir-lhe de garantia, mas a patrociná-lo? O nome do seu pai, tão conhecido e respeitado na Itália. Pessoalmente, não o conhecia.

Esta calma e este perfeito à-vontade fizeram compreender a Andrea que se encontrava de momento seguro por uma mão mais musculosa do que a sua e que dispunha de uma força que não poderia ser facilmente quebrada.

- Claro, claro! - apressou-se a concordar Andrea. - Mas é então verdade que o meu pai possui realmente uma enorme fortuna, Sr. Conde?

- Parece que sim, senhor - respondeu Monte-Cristo.

- Sabe se o dote que me prometeu já chegou?

- Já recebi a carta-aviso.

- Mas os três milhões? - os três milhões estão a caminho, muito provavelmente.

- Isso quer dizer que os receberei de facto?

- Ora essa! - exclamou o conde. - Parece-me que até agora lhe não faltou o dinheiro, senhor!

Andrea ficou de tal modo surpreendido que se não pôde impedir de sonhar um momento.

- Visto isso - disse, saindo do seu alheamento -, só me resta, senhor, fazer-lhe um pedido, que decerto compreenderá, mesmo que lhe seja desagradável.

- Fale - disse Monte-Cristo.

- Graças à minha fortuna, relacionei-me com muitas pessoas distintas e tenho até, de momento, pelo menos, inúmeros amigos. Mas casando-me, como me caso, perante toda a sociedade parisiense, devo ser apadrinhado por um nome ilustre, e à falta da mão paterna deverá ser uma mão poderosa a conduzir-me ao altar. Ora o meu pai não vem a Paris, pois não?

- Está velho, coberto de feridas e sofre horrivelmente sempre que viaja - respondeu Monte-Cristo.

- Compreendo. Por isso lhe venho fazer um pedido...

- A mim?

- Sim, ao senhor.

- E qual, meu Deus?

- Que o substitua.

- Então, meu caro senhor, que é isso?... Depois das numerosas relações que tive a honra de ter consigo ainda me conhece tão mal que me faz semelhante pedido? Peça-me meio milhão emprestado e, embora tal empréstimo seja bastante raro, dou-lhe a minha palavra de honra de que me será menos embaraçoso. Como sabe, pelo menos creio já lho ter dito, na sua participação, sobretudo moral, nas coisas deste mundo nunca o conde de Monte-Cristo deixou de conservar os escrúpulos, direi mais, as superstições de um homem do Oriente. Eu, que tenho um serralho no Cairo, outro em Esmirna e outro em Constantinopla, presidir a um casamento? Nunca!

- Portanto, recusa?

- Redondamente. E fosse o senhor meu filho ou meu irmão, recusaria da mesma maneira.

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pág. 905 (Capítulo 96)

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 905

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069