Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 11: XI - DESFORRA DA POLÍCIA

Página 118

- Olhe, ali é que o nosso brigadeiro foi atirado ao chão - disse o gendarme, apontando palia Ó local onde o caminho desembocava na rotunda.

- Dirás ao capitão que me venha buscar a este pavilhão; iremos os dois a Troyes.

Corentin apeou-se e ficou algum tempo a examinar o terreno, Observou os dois olmos diante um do outro, um encostado ao muro, do parque, o outro no talude da rotunda que cortava o caminho vicinal; depois viu - o que ninguém vira um botão da farda caído na poeira do caminho e apanhou-o. Ao entrar no pavilhão deu com Violette e Michu abancados na cozinha, sempre em disputa, Violette levantou-se, cumprimentou Corentin e ofereceu-lhe de beber.

- Obrigado... Eu queria falar com o brigadeiro - disse o jovem, que, com um simples olhar, percebeu que Violette estava bêbedo há mais de doze horas.

- A minha mulher está a tratar dele lá em cima - tornou-lhe Michu.

E- Então, brigadeiro, corno vai isso? - exclamou . Corentin, que meteu pela escada acima e encontrou o gendarme com a cabeça envolta numa ligadura e deitado na cama da Senhora. Michu,

- O quépi, o sabre e o equipamento estavam em cima de uma cadeira. Marta, mulher que era, e ignorando, de resto, a proeza do filho, velava o brigadeiro, na companhia da mãe.

- Estamos à espera do Senhor Varlet, o médico de Arcis - disse a Senhora Michu -; Gaucher foi chamá-lo.

- Deixe-nos Sós um momento - ordenou Corentin, não pouco surpreendido com aquele espectáculo em que avultava a inocência das duas mulheres. - Por onde foi apanhado? - perguntou ele, olhando para a farda descomposta do gendarme.

- Pelo peito - tornou-lhe o brigadeiro. -Vejamos o seu correame! - disse, em seguida, Corentin.

Na banda amarela guarnecida de galões brancos, ultimamente estipulada por lei para uso da gendarmaria chamada nacional, e que previa os mais pequenos pormenores do uniforme, havia uma placa muito parecida com a que actualmente usam os guardas campestres, e onde a lei mandara gravar estas singulares palavras: Respeito às pessoas e às propriedades! A corda prendera-se necessariamente no correame e amachucara-o muito.

<< Página Anterior

pág. 118 (Capítulo 11)

Página Seguinte >>

Capa do livro Um Caso Tenebroso
Páginas: 249
Página atual: 118

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - OS JUDAS 1
II – PROJECTO DE UM CRIME 16
III - AS MALÍCIAS DE MALIN 25
IV - FORA A MÁSCARA! 35
V – LAURENCE DE CINQ-CYGNE 43
VI - FISIONOMIAS REALISTAS NO TEMPO DO CONSULADO 54
VII - A VISITA DOMICILIARIA 67
VIII-UM RECANTO DA FLORESTA 78
IX - DESDITAS DA POLÍCIA 90
X - LAURENCE E CORENTIN 104
XI - DESFORRA DA POLÍCIA 117
XII - UM DUPLO E MESMO AMOR 128
XIII – UM BOM CONSELHO 140
XIV -AS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO 151
XV - A JUSTIÇA SEGUNDO O CÓDIGO DE BRUMÁRIO DO ANO IV 159
XVI - AS DETENÇÕES 168
XVII - DÚVIDAS DOS DEFENSORES OFICIOSOS 178
XVIII – MARTA COMPROMETIDA 190
XIX-OS DEBATES 196
XX – HORRÍVEL PERIPÉCIA 212
XXI - O BIVAQUE DO IMPERADOR 222
XXII-DISSIPAM-SE AS TREVAS 236