Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 11: XI - DESFORRA DA POLÍCIA

Página 120
- Já lá: vão catorze garrafas desde ontem às nove horas...

- Você está aqui desde as nove horas desta manhã? - perguntou Corentin a Violette.

- Não, peço desculpa. Desde ontem à tarde que não saio daqui e nada ganhei com isso: quanto mais ele me faz beber, mais me encarece os seus bens.

- No mercado, quem levanta o cotovelo faz subir o preço - disse Corentin.

Uma dúzia de garrafas vazias, alinhadas no topo da mesa, confirmavam o dito da velha. Nesta altura o gendarme acenou lá de fora a Corentin, e disse-lhe, ao ouvido, no limiar da porta:

- Na cavalariça não está nenhuma montada.

- Se levou o seu pequeno a cavalo à aldeia - disse Corentin, quando voltou à sala - não deve tardar.

- Não, meu senhor - tornou-lhe Marta -, ele foi a pé.

- Então que é feito do vosso cavalo?

- Emprestei-o - disse Michu, num tom seco.

- Venha cá, bom apóstolo - articulou Corentin, falando ao administrador -, tenho duas palavras a dizer-lhe ao ouvido.

Corentin e Michu saíram.

- A carabina que você carregava ontem às quatro horas da tarde era destinada para matar o conselheiro de Estado; Grévin, o notário, viu-o; mas nada lhe podemos fazer a esse respeito; houve muita intenção e poucas testemunhas. Não sei lá como você adormeceu o Violette nem como você, a sua mulher e o seu garoto, todos passaram a noite fora de casa para avisarem a Menina de Cinq-Cygne da nossa chegada e proporcionarem fuga aos seus primos, que você trouxe para aqui, ainda não sei para onde. O seu filho ou a sua mulher atiraram a terra o brigadeiro com bastante graça. Enfim: vocês levaram a melhor. Um pândego de estalo. Mas ainda não dissemos tudo, não ficaremos a perder. Está disposto a transigir? Os seus amos só têm a ganhar com isso.

- Venha para aqui; poderemos falar sem sermos ouvidos - disse Michu, levando consigo o espião até perto do tanque, no parque.

<< Página Anterior

pág. 120 (Capítulo 11)

Página Seguinte >>

Capa do livro Um Caso Tenebroso
Páginas: 249
Página atual: 120

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - OS JUDAS 1
II – PROJECTO DE UM CRIME 16
III - AS MALÍCIAS DE MALIN 25
IV - FORA A MÁSCARA! 35
V – LAURENCE DE CINQ-CYGNE 43
VI - FISIONOMIAS REALISTAS NO TEMPO DO CONSULADO 54
VII - A VISITA DOMICILIARIA 67
VIII-UM RECANTO DA FLORESTA 78
IX - DESDITAS DA POLÍCIA 90
X - LAURENCE E CORENTIN 104
XI - DESFORRA DA POLÍCIA 117
XII - UM DUPLO E MESMO AMOR 128
XIII – UM BOM CONSELHO 140
XIV -AS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO 151
XV - A JUSTIÇA SEGUNDO O CÓDIGO DE BRUMÁRIO DO ANO IV 159
XVI - AS DETENÇÕES 168
XVII - DÚVIDAS DOS DEFENSORES OFICIOSOS 178
XVIII – MARTA COMPROMETIDA 190
XIX-OS DEBATES 196
XX – HORRÍVEL PERIPÉCIA 212
XXI - O BIVAQUE DO IMPERADOR 222
XXII-DISSIPAM-SE AS TREVAS 236