Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 17: XVII - DÚVIDAS DOS DEFENSORES OFICIOSOS

Página 189
e os debates rolarão sobre pequenas coisas que hão-de ver surgir imensas.

Laurence caiu naquele abatimento interior que deve mortificar a alma de todas as pessoas de acção e pensamento quando lhes é mostrada a inutilidade da acção e do pensamento. Já não se tratava agora de derrubar um homem ou o poder com o auxílio de pessoas dedicadas, de simpatias fanáticas envoltas nas sombras do mistério: via a sociedade inteira armada contra si e contra os seus primos. Ninguém pode assaltar sozinho uma prisão; ninguém pode libertar presos no seio de urna população hostil e sob os olhos de urna polícia desperta pela pretensa audácia dos acusados. Por isso quando o jovem defensor, assustado pelo aspecto desta nobre e generosa rapariga, a quem a expressão ainda tornava mais pasmada, tentou levantar-lhe o moral, ela respondeu-lhe:

- Calo-me, sofro e espero...

O tom, o gesto e olhar -fizeram desta resposta urna dessas coisas sublimes a que só falta um vasto teatro para se tornarem célebres. Alguns momentos depois o pobre Senhor de Hauteserre dizia ao marquês de Chargeboeuf:

- E fiz eu sacrifícios pelos meus dois infelizes filhos! Já consegui refazer para eles perto de oito mil libras de renda sobre o Estado. Se eles tivessem querido servir no exército, teriam alcançado patentes superiores e hoje podiam casar bem. Todos os meus planos foram por água abaixo!

- Como assim? Pois podeis pensar nos seus interesses quando se trata da sua honra e das suas cabeças?

-, O Senhor de Hauteserre pensa em tudo - tornou-lhe o marquês.

<< Página Anterior

pág. 189 (Capítulo 17)

Página Seguinte >>

Capa do livro Um Caso Tenebroso
Páginas: 249
Página atual: 189

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - OS JUDAS 1
II – PROJECTO DE UM CRIME 16
III - AS MALÍCIAS DE MALIN 25
IV - FORA A MÁSCARA! 35
V – LAURENCE DE CINQ-CYGNE 43
VI - FISIONOMIAS REALISTAS NO TEMPO DO CONSULADO 54
VII - A VISITA DOMICILIARIA 67
VIII-UM RECANTO DA FLORESTA 78
IX - DESDITAS DA POLÍCIA 90
X - LAURENCE E CORENTIN 104
XI - DESFORRA DA POLÍCIA 117
XII - UM DUPLO E MESMO AMOR 128
XIII – UM BOM CONSELHO 140
XIV -AS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO 151
XV - A JUSTIÇA SEGUNDO O CÓDIGO DE BRUMÁRIO DO ANO IV 159
XVI - AS DETENÇÕES 168
XVII - DÚVIDAS DOS DEFENSORES OFICIOSOS 178
XVIII – MARTA COMPROMETIDA 190
XIX-OS DEBATES 196
XX – HORRÍVEL PERIPÉCIA 212
XXI - O BIVAQUE DO IMPERADOR 222
XXII-DISSIPAM-SE AS TREVAS 236