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Capítulo 5: V – LAURENCE DE CINQ-CYGNE

Página 52
Por isso a polícia, corno Malin dissera a Grévin, deixara que os conspiradores, devidamente vigiados, agissem em liberdade, única maneira de tomar conhecimento de todas as ramificações da conjura. No entanto, o Governo mesmo assim se vira obrigado a agir, por causa de George Cadoudal, homem activo, que não ouvia conselhos de ninguém, e se escondera em Paris com vinte e cinco chouans, pronto a atacar o Primeiro Cônsul.

Laurence associava na sua ideia o ódio e o amor. Derrubar Bonaparte e restaurar os Bourbons não seria recuperar Gondreville e fazer a felicidade dos primos? Estes dois sentimentos, um dos quais é a contrapartida do outro, eis quanto basta, aos vinte e três anos, principalmente, para pôr em acção todas as faculdades da alma e todas as forças da vida. Por isso de há dois meses para cá Laurence, aos olhos dos habitantes de Cinq-Cygne, parecia mais bela do que nunca. Tinha as faces cor-de-rosa, e a esperança imprimia por instantes altivez à sua fronte; porém, à hora de ler a Gazeta, ao fim da tarde, onde os actos do Primeiro Cônsul largamente se exibiam, baixava os olhos para não deixar transparecer a ameaçadora certeza da queda próxima desse inimigo, dos Bourbons. Não passava pela cabeça de ninguém, no castelo, que a jovem condessa tivesse estado com seus primos na noite anterior.

Os dois filhos do Senhor e da Senhora de Hauteserre tinham passado a noite no quarto da própria condessa, sob o mesmo tecto de seu pai e de sua mãe; e Laurence, para não levantar suspeitas, depois de deitar os dois Hauteserre, entre a uma e as duas da madrugada, foi encontrar-se c.om os primos ao rés-do-chão e levou-os para o meio da floresta, onde os escondeu na cabana abandonada de um guarda-florestal, Certa de que tornaria a vê-los, não deixou transparecer a menor alegria, nada denunciando nela as emoções do momento; enfim, soubera esconder por completo todos os vestígios da grande satisfação que lhe causara o ter podido tornar a vê-los: mostrou-se impassível.

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pág. 52 (Capítulo 5)

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Capa do livro Um Caso Tenebroso
Páginas: 249
Página atual: 52

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - OS JUDAS 1
II – PROJECTO DE UM CRIME 16
III - AS MALÍCIAS DE MALIN 25
IV - FORA A MÁSCARA! 35
V – LAURENCE DE CINQ-CYGNE 43
VI - FISIONOMIAS REALISTAS NO TEMPO DO CONSULADO 54
VII - A VISITA DOMICILIARIA 67
VIII-UM RECANTO DA FLORESTA 78
IX - DESDITAS DA POLÍCIA 90
X - LAURENCE E CORENTIN 104
XI - DESFORRA DA POLÍCIA 117
XII - UM DUPLO E MESMO AMOR 128
XIII – UM BOM CONSELHO 140
XIV -AS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO 151
XV - A JUSTIÇA SEGUNDO O CÓDIGO DE BRUMÁRIO DO ANO IV 159
XVI - AS DETENÇÕES 168
XVII - DÚVIDAS DOS DEFENSORES OFICIOSOS 178
XVIII – MARTA COMPROMETIDA 190
XIX-OS DEBATES 196
XX – HORRÍVEL PERIPÉCIA 212
XXI - O BIVAQUE DO IMPERADOR 222
XXII-DISSIPAM-SE AS TREVAS 236