Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 8: VIII-UM RECANTO DA FLORESTA

Página 86
Michu voltou a acamar as pedras, umas sobre as outras, à entrada do subterrâneo como um pedreiro o não faria melhor. Mal acabara a tarefa ouviu-se o trotar dos cavalos e a voz dos gendarmes no silêncio da noite; nem por isso contudo deixou Michu de fazer lume tranquilamente, com a pederneira, de incendiar uma pernada de pinheiro, e de guiar a condessa até ao in-pace, onde estava ainda o pedaço de vela que lhe servira para explorar o subterrâneo. A porta, de ferro, de chapas sobrepostas, embora perfurada aqui e ali pela, ferrugem, fora convenientemente reparada pelo guarda, e fechava-se exteriormente com trancas que se adaptavam às respectivas ranhuras cavadas de cada lado da parede. A condessa, morta de cansaço, deixou-se cair num banco de pedra, por cima do qual se via ainda uma argola chumbada na parede.

- Aqui tem um salão para conversar - disse Michu. - Os gendarmes podem procurar à vontade. O pior que podia acontecer-nos era levarem-nos os cavalos.

- Se nos levam os cavalos matam meus primos e os Senhores de Hauteserre!... Vejamos, que sabes tu?

Michu contou o pouco que pudera apreender da conversa de Malin com Grévin.

- Vão a caminho de Paris, onde chegarão esta manhã - disse a condessa, quando Michu acabou o relato.

- Perdidos! - exclamou Michu. - Com certeza ninguém entra ou sai da cidade. As barreiras estão vigiadas. Malin terá o cuidado de deixar que eles se comprometam quanto mais melhor, para dar, cabo deles.

- E eu que desconheço o plano geral da conspiração! - exclamou Laurence. - Como prevenir Georges, Riviêre e Moreau? Onde estarão eles? Bom, pensemos antes de mais nada nos meus primos e nos Hauteserre: vai ter com eles seja como for.

- O telégrafo corre mais depressa que o melhor cavalo - disse Michu - e de todos os nobres metidos na conspiração os primos da Senhora Condessa são os primeiros a ser apanhados.

<< Página Anterior

pág. 86 (Capítulo 8)

Página Seguinte >>

Capa do livro Um Caso Tenebroso
Páginas: 249
Página atual: 86

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - OS JUDAS 1
II – PROJECTO DE UM CRIME 16
III - AS MALÍCIAS DE MALIN 25
IV - FORA A MÁSCARA! 35
V – LAURENCE DE CINQ-CYGNE 43
VI - FISIONOMIAS REALISTAS NO TEMPO DO CONSULADO 54
VII - A VISITA DOMICILIARIA 67
VIII-UM RECANTO DA FLORESTA 78
IX - DESDITAS DA POLÍCIA 90
X - LAURENCE E CORENTIN 104
XI - DESFORRA DA POLÍCIA 117
XII - UM DUPLO E MESMO AMOR 128
XIII – UM BOM CONSELHO 140
XIV -AS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO 151
XV - A JUSTIÇA SEGUNDO O CÓDIGO DE BRUMÁRIO DO ANO IV 159
XVI - AS DETENÇÕES 168
XVII - DÚVIDAS DOS DEFENSORES OFICIOSOS 178
XVIII – MARTA COMPROMETIDA 190
XIX-OS DEBATES 196
XX – HORRÍVEL PERIPÉCIA 212
XXI - O BIVAQUE DO IMPERADOR 222
XXII-DISSIPAM-SE AS TREVAS 236