O Conde de Monte Cristo - Cap. 33: Bandidos Romanos Pág. 307 / 1080

»Teresa e Luigi chegaram ao cimo e encontraram-se no mesmo instante diante de uma vintena de bandidos.

»- Este rapaz quer falar com vocês - disse a sentinela.

»- Que tem para nos dizer? - perguntou o que, na ausência do chefe, o substituía.

»- Quero dizer que estou farto da profissão de pastor - declarou Vampa.

»- Ah, compreendo! - disse o lugar-tenente. - E vens pedir-nos para seres admitido nas nossas fileiras?

»- Que seja bem-vindo! - gritaram vários bandidos de Ferrusino, Pampinara e Anagni, que tinham reconhecido Luigi Vampa.

»- Pois sim, simplesmente venho pedir-lhes outra coisa diferente de ser mais um companheiro.

»- Que vens pedir-nos? - perguntaram os bandidos, espantados.

»- Venho pedir-lhes para ser vosso capitão - respondeu o rapaz.

»Os bandidos desataram a rir.

»- E que fizeste para aspirar a essa honra? - inquiriu o lugar-tenente.

»- Matei o vosso chefe Cucumetto (aqui está o seu espólio) e deitei fogo ao palácio de San-Felice para dar um vestido de casamento à minha noiva - respondeu Luigi.

»Uma hora depois, Luigi Vampa era eleito capitão em substituição de Cucumetto.

- Então, meu caro Albert - disse Franz, virando-se para o amigo -, que pensa agora do cidadão Luigi Vampa?

- Digo que é um mito - respondeu Albert - e que nunca existiu.

- Que é um mito? - perguntou Pastrini

- Isso levaria muito tempo a explicar-lhe, meu caro anfitrião -respondeu Franz. - E diz que mestre Vampa exerce neste momento a sua profissão nos arredores de Roma? - E com uma audácia de que nenhum bandido antes dele deu o exemplo.

- Quer dizer que a Polícia tentou em vão prendê-lo?

- Que quer, ele está feito ao mesmo tempo com os pastores da planície, os pescadores do Tibre e os contrabandistas da costa! Se o procuram na montanha, está no rio; se o perseguem no rio, vai para o mar; depois, de repente, quando o julgam refugiado na ilha do Ciglio, do Guanouti ou de Monte-Cristo, vêem-no reaparecer em Albano, em Tívoli ou na Riccia.

- E qual é a sua maneira de proceder com os viajantes?

- Oh, meu Deus, é muito simples! Conforme a distância a que se encontram da cidade, dá-lhes oito horas, doze horas ou um dia para pagarem o resgate. Passado esse tempo, concede mais uma hora de espera. Ao sexagésimo minuto dessa hora, se não chegou o dinheiro, estoira os miolos ao prisioneiro com um tiro de pistola, ou crava-lhe o punhal no coração, e está tudo arrumado.

- Então, Albert, continua disposto a ir ao Coliseu pelos bulevares exteriores? - perguntou Franz ao companheiro.

- Absolutamente - respondeu Albert -, desde que o caminho seja mais pitoresco.





Os capítulos deste livro

Marselha - A Chegada 1 O pai e o filho 8 Os Catalães 14 A Conspiração 23 O banquete de noivado 28 O substituto do Procurador Régio 38 O interrogatório 47 O Castelo de If 57 A festa de noivado 66 Os Cem Dias 89 O número 34 e o número 27 106 Um sábio italiano 120 A cela do abade 128 O Tesouro 143 O terceiro ataque 153 O cemitério do Castelo de If 162 A Ilha de Tiboulen 167 Os contrabandistas 178 A ilha de Monte-Cristo 185 Deslumbramento 192 O desconhecido 200 A Estalagem da Ponte do Gard 206 O relato 217 Os registos das prisões 228 Acasa Morrel 233 O 5 de Stembro 244 Itália - Simbad, o marinheiro 257 Despertar 278 Bandidos Romanos 283 Aparição 309 A Mazzolata 327 O Carnaval de Roma 340 As Catacumbas de São Sebastião 356 O encontro 369 Os convivas 375 O almoço 392 A apresentação 403 O Sr. Bertuccio 415 A Casa de Auteuil 419 A vendetta 425 A chuva de sangue 444 O crédito ilimitado 454 A parelha pigarça 464 Ideologia 474 Haydée 484 A família Morrel 488 Píramo e Tisbe 496 Toxicologia 505 Roberto, o diabo 519 A alta e a baixa 531 O major Cavalcanti 540 Andrea Cavalcanti 548 O campo de Luzerna 557 O Sr. Noirtier de Villefort 566 O testamento 573 O telégrafo 580 Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588 Os fantasmas 596 O jantar 604 O mendigo 613 Cena conjugal 620 Projetos de casamento 629 No gabinete do Procurador Régio 637 Um baile de Verão 647 As informações 653 O baile 661 O pão e o sal 668 A Sra. de Saint-Méran 672 A promessa 682 O jazigo da família Villefort 705 A ata da sessão 713 Os progressos de Cavalcanti filho 723 Haydée 732 Escrevem-nos de Janina 748 A limonada 762 A acusação 771 O quarto do padeiro reformado 776 O assalto 790 A mão de Deus 801 Beauchamp 806 A viagem 812 O julgamento 822 A provocação 834 O insulto 840 A Noite 848 O duelo 855 A mãe e o filho 865 O suicídio 871 Valentine 879 A confissão 885 O pai e a filha 895 O contrato 903 A estrada da Bélgica 912 A estalagem do sino e da garrafa 917 A lei 928 A aparição 937 Locusta 943 Valentine 948 Maximilien 953 A assinatura de Danglars 961 O Cemitério do Père-lachaise 970 A partilha 981 O covil dos leões 994 O juiz 1001 No tribunal 1009 O libelo acusatório 1014 Expiação 1021 A partida 1028 O passado 1039 Peppino 1049 A ementa de Luigi Vampa 1058 O Perdão 1064 O 5 de Outubro 1069