O Conde de Monte Cristo - Cap. 68: Um baile de Verão Pág. 651 / 1080

- Mas o Sr. Cavalcanti filho fica. Quer encarregar-se de levar o Sr. Cavalcanti filho?

- Ouça, visconde, eu não o conheço...

- Não o conhece?

- Não. Vi-o pela primeira vez há três ou quatro dias e não respondo por ele em nada.

- Mas o senhor recebe-o bem!

- Comigo é outra coisa. Foi-me recomendado por um excelente abade, que no entanto pode muito bem ter sido ele próprio enganado. Convide-o directamente, se quiser, mas não me peça que lho apresente. Se mais tarde casasse com Mademoiselle Danglars, o senhor acusar-me-ia de manejos e quereria bater-se comigo. De resto, não sei se eu mesmo irei

- Aonde?

- Ao seu baile.

- Porque não iria?

- Primeiro porque o senhor ainda me não convidou...

- Vim cá de propósito trazer-lhe pessoalmente o seu convite.

- Oh, que amabilidade! Mas posso ter qualquer impedimento.

- Quando lhe disser uma coisa, creio que será suficiente amável para nos sacrificar todos os impedimentos.

- Diga.

- A minha mãe pede-lhe que vá.

- A Sr.ª Condessa de Morcerf? - perguntou Monte-Cristo, estremecendo.

- Ah, conde - disse Albert -, previno-o de que a Sr.ª de Morcerf conversa livremente comigo! E se o senhor não sentiu ainda vibrar em si as fibras simpáticas de que lhe falava há pouco, é porque essas fibras lhe faltam completamente, pois durante quatro dias só falámos do senhor.

- De mim? Na verdade, confunde-me!

- Privilégio do seu comportamento. Quando se é um problema vivo...

- Ah! Sou portanto também um problema para a sua mãe?... Para ser franco, julgava-a demasiado sensata para se dedicar a semelhantes fantasias!

- Problema, meu caro conde, problema para todos, tanto para a minha mãe como para os outros; problema aceite, mas não adivinhado, pois o senhor continua a ser um enigma. Tranquilize-se: a minha mãe apenas se interroga constantemente como é possível que o senhor seja tão novo. Creio que no fundo, enquanto a condessa G... o toma por Lorde Ruthwen, a minha mãe toma-o por Cagliostro ou pelo conde de Saint-Germain. A primeira vez que vir a Sr.ª de Morcerf, confirme-lhe essa opinião. Não lhe será difícil, pois possui a pedra filosofal de um e o espírito do outro.

- Agradeço-lhe ter-me prevenido - redarguiu o conde, sorrindo. - Procurarei pôr-me em condições de enfrentar todas as hipóteses.

- Portanto, irá no sábado?

- Se a Sr.ª de Morcerf mo pede...

- É muito amável.

- E o Sr. Danglars?

- Oh, já recebeu o triplo convite! O meu pai encarregou-se disso. Procuraremos ter também o grande Aguesseau, ou seja, o Sr. de Villefort, mas duvido.

- Nunca se deve duvidar de nada, diz o provérbio.

- Dança, caro conde?

- Eu?





Os capítulos deste livro

Marselha - A Chegada 1 O pai e o filho 8 Os Catalães 14 A Conspiração 23 O banquete de noivado 28 O substituto do Procurador Régio 38 O interrogatório 47 O Castelo de If 57 A festa de noivado 66 Os Cem Dias 89 O número 34 e o número 27 106 Um sábio italiano 120 A cela do abade 128 O Tesouro 143 O terceiro ataque 153 O cemitério do Castelo de If 162 A Ilha de Tiboulen 167 Os contrabandistas 178 A ilha de Monte-Cristo 185 Deslumbramento 192 O desconhecido 200 A Estalagem da Ponte do Gard 206 O relato 217 Os registos das prisões 228 Acasa Morrel 233 O 5 de Stembro 244 Itália - Simbad, o marinheiro 257 Despertar 278 Bandidos Romanos 283 Aparição 309 A Mazzolata 327 O Carnaval de Roma 340 As Catacumbas de São Sebastião 356 O encontro 369 Os convivas 375 O almoço 392 A apresentação 403 O Sr. Bertuccio 415 A Casa de Auteuil 419 A vendetta 425 A chuva de sangue 444 O crédito ilimitado 454 A parelha pigarça 464 Ideologia 474 Haydée 484 A família Morrel 488 Píramo e Tisbe 496 Toxicologia 505 Roberto, o diabo 519 A alta e a baixa 531 O major Cavalcanti 540 Andrea Cavalcanti 548 O campo de Luzerna 557 O Sr. Noirtier de Villefort 566 O testamento 573 O telégrafo 580 Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588 Os fantasmas 596 O jantar 604 O mendigo 613 Cena conjugal 620 Projetos de casamento 629 No gabinete do Procurador Régio 637 Um baile de Verão 647 As informações 653 O baile 661 O pão e o sal 668 A Sra. de Saint-Méran 672 A promessa 682 O jazigo da família Villefort 705 A ata da sessão 713 Os progressos de Cavalcanti filho 723 Haydée 732 Escrevem-nos de Janina 748 A limonada 762 A acusação 771 O quarto do padeiro reformado 776 O assalto 790 A mão de Deus 801 Beauchamp 806 A viagem 812 O julgamento 822 A provocação 834 O insulto 840 A Noite 848 O duelo 855 A mãe e o filho 865 O suicídio 871 Valentine 879 A confissão 885 O pai e a filha 895 O contrato 903 A estrada da Bélgica 912 A estalagem do sino e da garrafa 917 A lei 928 A aparição 937 Locusta 943 Valentine 948 Maximilien 953 A assinatura de Danglars 961 O Cemitério do Père-lachaise 970 A partilha 981 O covil dos leões 994 O juiz 1001 No tribunal 1009 O libelo acusatório 1014 Expiação 1021 A partida 1028 O passado 1039 Peppino 1049 A ementa de Luigi Vampa 1058 O Perdão 1064 O 5 de Outubro 1069